«Que essa experiência ajude cada um a não se instalar no comodismo, mas a pôr-se a caminho, ao encontro de Deus e dos outros» – Irmão David
Taizé, França, 27 dez 2019 (Ecclesia) – A comunidade ecuménica de Taizé (França) vai dinamizar o seu Encontro Europeu de final de ano na cidade polaca de Wroclaw, a partir deste sábado, até 1 de janeiro de 2020.
“Os jovens participantes no Encontro poderão fazer a experiência da grande hospitalidade polaca, esperamos que essa experiência ajude cada um a não se instalar no comodismo mas a pôr-se a caminho, ao encontro de Deus e dos outros”, disse o irmão David, em declarações à Agência ECCLESIA.
O monge português de Taizé explica que a comunidade ecuménica regressa à Polónia “com um contexto completamente diferente”, “30 anos depois da queda do muro de Berlim e do primeiro encontro em Wroclaw”.
“Na altura havia uma grande sede de liberdade e de abertura: Como se vive hoje essa liberdade e essa abertura? Como pode o Evangelho inspirarmos para a sermos mais humanos e mais felizes na situação em que nos encontramos?”, questionou.
A partir deste sábado, Wroclaw vai receber o terceiro encontro europeu, depois de 1989 e 1995, e o quinto na Polónia (Varsóvia, 1999; Poznan, 2009); o convite à comunidade de Taizé foi feito pelas comunidades católica e luterana, e pelo município local.
O irmão David adianta que as propostas que o prior da comunidade ecuménica, o irmão Alois, vai dirigir aos jovens em Wroclaw convidam a estar “sempre a caminho, mas nunca desenraizados”.
“Sempre a caminho, prontos para novos começos, inteiramente presentes para os que estão à nossa volta, em conjunto com os exilados, ligados a toda a Criação, sempre ancorados interiormente”, desenvolveu.
Este encontro europeu anual – que já passou por Lisboa – é parte da “peregrinação de confiança através da terra” promovida pela comunidade ecuménica há 40 anos, com momentos de oração nas paróquias da cidade de acolhimento e reflexão em temas como o diálogo entre povos, a paz, a fé e o compromisso social.
“Esperamos cerca de 150 participantes portugueses”, adiantou o irmão David, realçando que o “encontro com o outro enriquece” e, “muitas vezes, ajuda” cada um a conhecer-se “melhor”.
Neste âmbito, destaca que vão ser acolhidos por uma “Igreja local diferente” com toda a sua tradição e cultura e este ano “serão as comunidades polacas, na sua maioria católicas, a abrir as suas portas”.
“Os peregrinos vêm de diferentes igrejas, com vontade de rezar juntos e refletir em conjunto com todos os que se querem aproximar de Cristo e deixar inspirar pelo Evangelho. Deixando de lado o acessório podemos ancorar-nos melhor naquilo que é verdadeiramente essencial e aprofundar assim a nossa fé”.
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Um dos momentos marcantes do programa é a passagem de ano, depois de uma vigília de oração pela paz no mundo, os participantes reúnem-se numa “festa dos povos” nas paróquias de acolhimento.
Esta quinta-feira, a organização deu as boas-vindas a cerca de 1100 voluntários que vão ajudar no encontro anual de jovens.
A comunidade de Taizé (França), a cerca de 360 quilómetros de Paris, congrega uma centena de monges, de várias Igrejas cristãs e de mais de 30 países, unidos como “sinal de reconciliação entre os cristãos e os povos separados”; Fundada a 20 de agosto de 1940, por Roger Schutz, pastor protestante suíço, e começou por acolher perseguidos políticos, judeus e mais tarde prisioneiros alemães.
CB/OC