Taizé criou ligação especial com os jovens

Irmão português na comunidade destaca percurso de 70 anos ao serviço do ecumenismo

O único irmão português que integra a comunidade ecuménica de Taizé considera que a celebração dos 70 anos de fundação são um momento de celebração, em particular com os mais jovens.

Para o Ir. David, esta é “uma ocasião para dar graças a Deus pelo caminho percorrido pela comunidade, por tudo o que foi possível transmitir às pessoas e por tudo aquilo que Deus tem dado, ao longo destes anos”.

Milhares de jovens associaram-se às comemorações que tiveram o seu momento alto a 14 de Agosto, durante as quais foi ainda recordado o quinto aniversário da morte do Irmão Roger, fundador da comunidade ecuménica.

O Irmão David integra a comunidade há quase 17 anos, depois de deixar para trás a sua terra natal, Portalegre.

Taizé tem vindo a construir uma ligação muito forte com milhões de pessoas, particularmente com os mais jovens. A pequena aldeia francesa, situada na região da Borgonha, recebe actualmente uma média de 6 mil jovens por semana, vindos de mais de 80 países.

Convidado a explicar qual o segredo para tamanha ligação, o Irmão David considera que “há frutos que não são esperados e que acontecem”, revelando que a comunidade olha para esta relação com os jovens “com admiração e, ao mesmo tempo, com acção de graças”.

A comunidade de Taizé surgiu numa altura em que o mundo era dilacerado pela II Guerra Mundial. Desde o início, a ideia do fundador, Frère Roger, era proporcionar às pessoas um espaço de reconciliação, de oração, de encontro e de reflexão, especialmente às pessoas mais desfavorecidas.

[[v,d,1411,Reportagem sobre o 70.º aniversário]]O membro português da comunidade destaca a simplicidade do Irmão Roger, numa altura em que passam cinco anos desde a sua morte.

“Ele lembrava-se sempre, nesta ocasião, da chegada a Taizé, a 20 de Agosto de 1940, e contava-nos, com muito entusiasmo, como é que tudo tinha começado”, relata.

Braga, Portalegre, Algarve, Porto e Coimbra são algumas das dioceses portuguesas que estão ou vão marcar presença em Taizé, durante este mês de Agosto, através dos movimentos de pastoral juvenil.

“Muitos jovens, se calhar, chegam aqui e descobrem que gostam de rezar, que há um desejo interior de se encontrarem consigo próprios, de parar, de rezar, de meditar”, explica o Ir. David.

Esta relação de comunhão não termina quando os grupos partem de volta para as suas terras. Muitos jovens levam no seu coração a música e a dinâmica de oração de Taizé, para depois animarem as celebrações nas suas paróquias.

Para o Irmão David, é muito importante “que os eles percebam que também podem criar espaços próprios de oração”.

São muitas as paróquias, em todo o mundo, que adoptam o esquema de oração utilizado pela comunidade de Taizé: leituras breves, cânticos animados, que através da repetição reforçam o sentido das palavras, momentos de pausa e de reflexão.

É o caso da paróquia de São Tomás de Aquino, em Lisboa. Uma vez por semana, é celebrada uma oração de Taizé, em horário pós-laboral, aberta a todas as pessoas que queiram participar.

[[a,d,1407,Rita Magalhães, da Paróquia de São Tomás de Aquino, em Lisboa, recorda o primeiro contacto com a espiritualidade de Taizé e descreve a sua experiência naquela comunidade ecuménica]]Rita Magalhães, membro daquela paróquia, disse à ECCLESIA que tudo começou há 11 anos, “quando uma amiga foi a um encontro europeu de Taizé, em Milão”. As duas pediram ao pároco local para tentar arranjar um espaço onde pudessem realizar uma oração diária, ao estilo de Taizé, e o entusiasmo passou também para os outros colegas de catequese.

“Mesmo sem conhecermos a comunidade, fizemos oração diária durante um ano, com um grupo de amigos”, revela Rita Magalhães.

Aquilo que mais a cativava era sobretudo “o tempo de silêncio e a melodia dos cânticos, muito harmoniosa, e o facto de ser cantada em várias línguas”.

Durante dois anos foi alimentando a expectativa de ir mesmo a Taizé, já que não teve possibilidade de ir logo a França, “por causa da faculdade e dos exames de Verão”. Quando finalmente teve hipótese de ir, admite que “ficou surpreendida”.

A comunidade ecuménica, o seu fundador e histórias de vida de quem lá passou estão em destaque, ao longo desta semana, no programa da Igreja Católica na Antena 1, de Segunda a Sexta-feira, pelas 22h45.

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