Sudão do Sul: Primaz anglicano apela ao fim de cultura de violência e abusos contra mulheres

Justin Welby participou em oração ecuménica, com o Papa e o moderador da Igreja da Escócia

Foto: Vatican Media

Juba, 04 fev 2023 (Ecclesia) – Justin Welby, arcebispo da Cantuária (Igreja Anglicana), que participa numa peregrinação ecuménica pela paz ao Sudão do Sul, apelou hoje em Juba ao fim de cultura de violência e abusos contra mulheres, dirigindo-se aos jovens locais.

“Não serás forçado a matar. Discordarás dos outros, mas vais continuar a amá-los. Estabelecerás um padrão de amor obediente a Deus. Valorizarás e honrarás as mulheres, nunca as violando, nunca as violentando, nunca sendo cruel, nunca as usando como se estivessem ali para satisfazer o desejo”, indicou o primaz da Comunhão Anglicana, perante milhares de pessoas reunidas no Mausoléu “John Garang”, numa oração ecuménica celebrada com o Papa e com o moderador da Igreja da Escócia (Presbiteriana)

Welby, acompanhado nesta viagem pela sua esposa Caroline, convidou a valorizar e honrar as mulheres do Sudão do Sul, o mais jovem país da África, independente desde 2011.

“Mulheres do Sudão do Sul, sei que além da dor do conflito e da responsabilidade de sustentar as vossas famílias, muitas de vós viveis com o trauma da violência sexual e o medo diário de maus-tratos nas vossas próprias casas”, declarou, na homilia da oração, sob as palmas da multidão.

Caroline Welby tem trabalhado em projetos de solidariedade para as mulheres sul-sudanesas.

“Não precisamos de outros sacrifícios. Minha irmã e meu irmão nunca, nunca, nunca são meus inimigos”, apontou o arcebispo da Cantuária.

Foto: Vatican Media

O líder da Comunhão Anglicana falou numa peregrinação ecuménica de paz que “nunca foi feita antes”, com o Papa e Iain Greenshields, da Igreja da Escócia, convidando todos a ajudar quem é diferente.

“Rezaremos por vocês, nossos queridos irmãos e irmãs. Não sereis esquecidos”, concluiu.

Já o pastor Iain Greenshields saudou esta “histórica peregrinação” aos mais jovem país do mundo, para manifestar solidariedade “ao povo que ainda sofre profundamente dos efeitos da violência, das inundações e da fome”.

“Há um forte legado de trabalho conjunto das igrejas pela paz e reconciliação no Sudão do Sul – elas desempenharam um papel fundamental na conquista pacífica da independência da nação. Esperamos encorajar a contínua unidade das igrejas para o bem comum no Sudão do Sul, para justiça e plenitude de vida para todas as pessoas”, declarou.

O líder da Igreja da Escócia pediu que todos trabalhem pela paz, “uns com os outros, com os líderes e até mesmo com os inimigos”.

Os católicos representam mais de 52% dos 13,7 milhões de habitantes do mais jovem país africano, segundo dados do Vaticano; estima-se que os cristãos sejam cerca de 70% da população.

OC

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