Sudão do Sul: Governo e movimentos de oposição assinaram «acordo de paz»

Comunidade católica de Santo Egídio mediou e acolheu assinatura do compromisso, em Roma

Foto: Vatican News

Roma, 14 jan 2020 (Ecclesia) – O governo do Sudão do Sul e a Aliança dos Movimentos de Oposição (Ssoma) assinaram um acordo, a Declaração de Roma, onde assumiram o compromisso de terminarem as hostilidades no país africano, a partir de 15 de janeiro.

“A Declaração de Roma para o processo de paz no Sudão do Sul é de grande importância porque é o resultado de um trabalho intenso que durou mais de dois anos e do compromisso que a Comunidade de Santo Egídio exerceu para facilitar o diálogo político no Sudão do Sul”, disse o secretário-geral da comunidade católica.

Na conferência de imprensa de apresentação do documento, Paolo Impagliazzo, afirmou que o “acordo de paz” quer dizer um “renascimento” para o Sudão do Sul e “a possibilidade de um diálogo político entre as várias partes ao redor de uma mesa sem discussões”.

O acordo de paz, onde o Governo e a Aliança dos Movimentos de Oposição do Sudão do Sul manifestaram seu compromisso em cessar as hostilidades a partir desta quarta-feira, 15 de janeiro, foi assinado na Comunidade de Santo Egídio, este domingo, dia 12, em Roma.

“Ainda temos muito caminho pela frente, por isso pedimos que não nos abandonem, mas continuem a sua colaboração connosco”, disse Barnaba Marial Benjamin, chefe da delegação do Governo do Sudão do Sul.

O secretário-geral da Comunidade de Santo Egídio assinalou que vão continuar “a seguir este processo” e, brevemente, será feita uma nova reunião para “entender como atuar os mecanismos do cessar-fogo e propor uma agenda de compromissos para iniciar um verdadeiro diálogo político”.

O sítio online ‘Vatican News’ explica que Governo e oposição no Sudão do Sul declararam que permitem o acesso humanitário às organizações locais e internacionais, inclusive as não-governamentais, para “aliviar os sofrimentos da população martirizada pela guerra e também pelas terríveis enchentes”.

Paolo Impagliazzo também destacou que o gesto do Papa Francisco, no encontro de 11 de abril 2019 no Vaticano, “atingiu o coração de todos, levando-os seriamente a procurar um caminho de reconciliação”.

Foto Lusa

O Papa beijou os pés dos líderes políticos do Sudão do Sul que participaram num retiro espiritual, nos dias 10 e 11 de abril do ano passado, no Vaticano

“Imploro que o fogo da guerra se apague de uma vez por todas, que possam voltar para vossas casas e viver em serenidade. Suplico ao Deus Todo-Poderoso que a paz chegue à vossa terra e dirijo-me também aos homens de boa vontade para que a paz chegue ao vosso povo”, disse Francisco, no final do retiro espiritual dirigido aos líderes civis e religiosos do Sul do Sudão, um país independente desde julho de 2011 e em guerra civil desde 2013.

CB/PR

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