Sudão: Bispos querem novo rumo para o país

A Conferência Episcopal do Sudão (CES) mostrou-se satisfeita com os passos que o país está a dar, para a democratização e apelou a um clima de paz nacional.

Na sua última reunião plenária, os bispos consideram que, depois de décadas de guerra civil, o país está a entrar numa “época histórica”, iniciada pelas eleições de Abril último.

“É o momento de agir e preparar para a mudança” aponta a CES, num comunicado difundido pela Agência FIDES, em que pede também à comunidade internacional para que esteja atenta e dê o seu apoio.

O Sudão é o maior país africano, em termos de área, e tem uma população de cerca de 40 milhões de habitantes. Há 20 nos que o estava a ser dilacerado por um conflito entre as autoridades centrais e um movimento separatista, que reclamava a independência do Sul do Sudão.

Em 2005, foi firmado um acordo de paz entre as duas facções, onde se prevê a realização de um referendo junto das populações tendo em vista a independência do Sul do Sudão.

Outro passo foi dado em Abril deste ano, com as eleições dos presidentes do Governo Central, Omar el Bashir, e do Governo Autónomo do Sudão do Sul, Salva Kiir.

Os passos formais já estão dados, mas para que a democratização seja um facto, é muito importante a participação popular no referendo previsto para Janeiro de 2011.

Os bispos sudaneses apelam às pessoas que participem e que o processo de consulta seja feito “de forma transparente e frutífera”.

A CES convida ainda os líderes políticos, seja qual for o resultado do referendo, a mudarem as mentalidades e a trabalharem para a convivência pacífica das várias etnias a religiões presentes no país.

A Igreja sudanesa termina o comunicado com a promessa de “continuar o seu trabalho na construção da paz e da reconciliação, em colaboração com todos os homens de boa vontade”.

Apesar do caminho que já foi percorrido, o Sudão continua a debater-se com muitos problemas.

O conflito étnico no Darfur, a oeste do país, já vitimou mais de 300 mil pessoas, segundo as Nações Unidas; mais a norte, é o extremismo islâmico que dita as suas leis, servindo de pretexto para actos de violência contra todos os não-muçulmanos.

O Sudão conta com 40 milhões de habitantes, 80 por cento dos quais muçulmanos e 17 por cento cristãos.

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