Sucessão de atentados preocupa Bento XVI

Papa aposta no diálogo entre as três grandes religiões monoteístas A sucessão de atentados terroristas, um pouco por todo o mundo, preocupa seriamente o Papa e o Vaticano. “Um plano diabólico contra a humanidade”, dizia o Osservatore Romano, na sua capa de Domingo, ao referir-se aos constantes ataques contra populações indefesas: diabólico porque nenhuma motivação religiosa pode justificar tais actos. Bento XVI condenou ontem os “atentados terroristas execráveis” que atingiram numerosos países, durante a oração dominical do Angelus, que celebrou na sua residência de férias no Vale de Aosta, Norte de Itália. “Invoquemos o Omnipotente para que detenha a mão assassina daqueles que, movidos pelo fanatismo e ódio, cometeram os recentes atentados e para que leve a seus corações pensamentos de reconciliação e paz”, disse o Papa, perante cerca de 8.000 pessoas, referindo-se aos recentes actos terroristas no Egipto, Londres, Turquia e Iraque. O Papa confiou “à bondade divina os mortos, os feridos e as suas famílias” lembrando que são “vítimas de gestos que são uma ofensa a Deus e aos homens”. A aposta no diálogo entre as três grandes religiões monoteístas, como forma de afastar a ideia de “choque de civilizações” ou guerra de religiões, tem sido uma aposta pessoal de Bento XVI. O porta-voz do Vaticano, Joaquín Navarro-Valls, recordou ontem que a busca de paz e reconciliação faz parte do projecto prioritário de diálogo com o Islão, ao indicar que foi o próprio Papa a incluir no programa da sua viagem a Colónia (Alemanha), para as Jornadas Mundiais da Juventude, um encontro com a comunidade islâmica local. Este encontro realizar-se-á no dia 20 de Agosto, um dia depois da visita à sinagoga daquela cidade alemã. “Ele quis este encontro. Quis incluí-lo no programa da viagem, juntamente com a visita à sinagoga. É um sinal forte. É o desejo de continuar o diálogo entre as grandes religiões monoteístas que têm Abraão como referência”, sublinhou Navarro-Valls. Bento XVI condenara no sábado os atentados de Sharm El-Sheik, que considerou “insensatos” e apelou a que se renuncie à violência, que “está a causar sofrimentos às populações civis”. “Ao condenar estes insensatos actos, o Papa faz um apelo a todos para que se renuncie ao caminho da violência, que causa tantos sofrimentos às populações”, afirmou o Secretário de Estado, Cardeal Angelo Sodano, num telegrama enviado em nome de Bento XVI às autoridades civis e eclesiásticas egípcias. Na mensagem, o Cardeal Sodano sublinhou que o Papa ficou “profundamente entristecido” depois de ter conhecimento dos ataques terroristas de Sharm el-Sheik, que causaram uma verdadeira carnificina.

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