Solidariedade: Viagem à Índia está na origem de um projeto de ajuda às Missionárias da Caridade

Clara Diniz, estudante de Empreendedorismo, Inovação e Liderança, acredita que as empresas podem ajudar a mudar o mundo

Lisboa, 18 mai 2023 (Ecclesia) – Clara Diniz, estudante de Empreendedorismo, Inovação e Liderança, no país Basco, esteve um mês na Índia onde contactou com as Missionárias da Caridade e desenvolveu um projeto de angariação de fundos e ajuda à congregação.

“Na casa de mulheres onde estive, descobri que algumas faziam umas carteiras em missanga e fio. Quis trazê-las para Portugal, para as vender, mas elas não queriam. Acabaram por me dar sete carteiras e estamos a sorteá-las para enviar donativos para Calcutá”, explica a jovem de 21 anos à Agência ECCLESIA.

O projeto chama-se «Made in Calcutá» e pode ser acompanhado no sitio da Internet da empresa que Clara detém, juntamente com mais dois sócios, onde querem desenvolver o seu propósito de mudar o mundo através das empresas.

“Sempre quis estar ligada ao empreendedorismo social. E é importante aprender junto das empresas que têm a capacidade de mudar o mundo. O que eu procuro é encontrar negócio rentável, que me sustente, mas que possa também mudar o mundo”, conta.

A formação que Clara Diniz adquire, na Universidade de MonDragon, compreende diversas viagens pelo mundo: “No primeiro ano fui a Berlin, depois à Costa Rica e agora, no terceiro ano, passei um mês na Índia e dois meses na Coreia do sul.

“O objetivo da viagem é trabalhar e expandir negócios, procurar inspiração em outros locais. Na Índia procurámos fornecedores e oportunidades mas eu quis também estar com a Missionárias da Caridade, em Calcutá, e passei quatro dias com elas”, recorda.

Clara Diniz esteve na casa de mulheres, “algumas terminais” e ajudou no dia-a-dia desta mulheres, mas explica que não foram as tarefas de “limpar, mudar camas, ajudar na sidas à casa de banho, pentear, dar de comer” que mais a impactou mas o contraste entre as ruas de Calcutá e a serenidade na casa das Missionárias da Caridade.

“O que me impactou mais foram as ruas de Calcutá – caóticas, cheias, o barulho, os cheiros, pessoas a cortar carne no meio do chão e outras a comê-la, e dentro as casas são limpas, há pessoas felizes e silêncio. A casa onde eu estava situava-se no final de uma via de comboio e a quantidade de pessoas a viver nas linhas era impressionante – cada vez que passava o comboio tinham de tirar as suas coisas”, recorda.

O contraste impacta ainda a jovem estudante quando relembra “a normalidade” que se vive nas ruas, notando “que as pessoas não parecem infelizes”.

“Precisamos de tanta coisa para viver, e poucas pessoas nas ruas tinham sapatos. E provavelmente se eu lhes quisesse dar elas preferiam não os ter”, regista.

A possibilidade de ajudar as Missionárias da Caridade surgiu com o objetivo de sortear os exemplares das carteiras trazidas e a eventualidade de “as produzirmos”, revertendo o lcvro para a congregação das Irmãs.

“Como são apenas sete exemplares, acordámos com os sócios fazer um sorteio em que a participação no sorteiro custa um euro. As pessoas podem inscrever-se as vezes que quiserem, ganhando mais possibilidade de serem uma das vencedoras, e todo o dinheiro vai ser doado às irmãs”, esclarece.

LS

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