Solidariedade: Misericórdias criam fundo para ajudar instituições que apostaram nos cuidados continuados

Acordo aproxima Santa Casa de Lisboa e União das Misericórdias Portuguesas

Barreiro, Setúbal, 23 abr 2014 (Ecclesia) – A União das Misericórdias Portuguesas (UMP) e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) assinaram hoje no Barreiro um protocolo de cooperação para ajudar as misericórdias endividadas por causa do desenvolvimento de novas respostas sociais.

O fundo ‘Rainha D. Leonor’ tem uma atenção particular à área dos cuidados continuados e segundo o presidente da UMP Manuel de Lemos, representa um momento “inédito e histórico”.

“Este acordo hoje aqui assinado é inédito e histórico, porque significa um reencontro com a história, já que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa foi a primeira a nascer, mas as outras que se criaram em todo o país cresceram tendo em conta o seu exemplo”, disse à Agência ECCLESIA.

O fundo que foi hoje dado a conhecer à imprensa pretende “apoiar financeiramente as Misericórdias Portuguesas na finalização da construção e/ou adaptação de unidades de cuidados continuados e outros equipamentos sociais comprovadamente necessários para a cobertura da resposta aos cidadãos de todo o país”, refere o protocolo.

Manuel de Lemos considera que este acordo é “um exemplo de modernidade, de solidariedade e de coesão” dado que se trata de uma solução “em que todos ganham”, ou sejam “ganham as instituições, porque o fundo Rainha D. Leonor lhes vai permitir melhorar a sua situação financeira, e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e as pessoas de Lisboa ganham também, porque a partir de agora as pessoas podem ser colocadas noutros locais ao longo do país”.

O provedor da SCML, Pedro Santana Lopes referiu à Agência ECCLESIA que a aproximação entre instituições que “têm muito em comum” é “muito importante” e que “não faz sentido nenhum no tempo de crise que se vive atualmente que duas entidades ‘irmãs’ não trabalharem em conjunto”.

“Com este acordo vamos por em conjunto os nossos esforços e tentar encontrar os reforços financeiros para conseguir colocar nas unidades paradas, equipamentos e cuidados para muitas pessoas que precisam de apoio e ajuda”, acrescenta.

Presente na assinatura deste protocolo esteve o ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, Pedro Mota Soares, que disse considerar este acordo “importante”, dado que segue “um caminho de contratualização da resposta social”.

“Muitas vezes que o Estado tenta fazer por si faz pior, com menos qualidade e mais caro e por isso é importante que o Estado consiga contratualizar essa resposta social com instituições sociais, ajudando à sustentação financeira dessas instituições”, disse o governante aos jornalistas.

O bispo de Setúbal, D. Gilberto Reis, marcou também presença nesta cerimónia, onde lembrou “que é preciso dar as mãos, mesmo sendo as pessoas diferentes é essencial que aja uma união com base na verdade e no apoio ao próximo”.

A SCML reserva já para este projeto 5 milhões de euros no seu orçamento anual, não sendo ainda conhecido o valor no projeto também acordado hoje intitulado ‘Nossa Senhora do Manto’.

Esta parceria é válida por 5 anos, com renovação tácita por períodos iguais.

MD

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