Solidariedade: Instituições sociais registam mais procura durante ajuda financeira a Portugal

Fátima, Santarém, 02 fev 2015 (2015) – As instituições de solidariedade social tentam colmatar carências desde o setor da infância ao da terceira idade e identificaram várias necessidades socias que foram agravadas pela situação económica de ajuda financeira a Portugal.

“A nossa instituição funciona como resposta às necessidades concretas da comunidade da Azambuja que são cada vez mais prementes e mais evidentes até por força das circunstâncias e do momento de alguma perturbação de caracter económico”, assinala à Agência ECCLESIA o responsável do Centro Social e Paroquial da Azambuja.

José Carlos Batalha explica que têm respostas desde a primeira infância – berçário; creche; jardim-de-infância, ATL, clube de jovens e depois na área dos idosos com “todas as respostas” necessárias.

A Fundação Santo António atualmente restringiu atuação ao Março de Canaveses, onde tem a sede, e o presidente do Conselho de Administração destaca que as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) aceitam os “desafios que a comunidade lhe impõe” mesmo quando os seus “recursos” são “mais escassos”.

“Acima de tudo trabalhamos para um público que tem pouco recursos. Nos últimos anos sentimos o aumento significativo de recém-licenciados que querem pôr ao serviço os seus saberes; as situações de carência alimentar; de dificuldades das famílias têm aumentado”, identificou Manuel António Teixeira que regista mais procura na loja solidária.

Em Beja, o Patronato de Santo António, da Congregação das Oblatas do Divino Coração, apresenta soluções de creche, jardim-de-infância, e lar de terceira idade, uma estrutura com “apenas dois anos e meio” com 20 quartos individuais e dez duplos que “está cheia, superlotada”.

Em Fátima, a irmã Maria do Céu Valério comentou que existem “sempre muitos problemas” porque as famílias “não têm capacidade financeira” para o custo de ter um idoso num lar e considera que a Segurança Social (SS) devia analisar as ofertas de instalações novas de outras que não têm as mesmas condições.

“Nós devemos tudo aos nossos idosos e têm de ter dignidade quer tenham ou não dinheiro. Deve de haver da parte da SS um olhar diferente, não privilegiar mas ter atenção a estes casos onde se calhar os utentes podem ter melhores serviços e outra qualidade”, observa.

Por sua vez, ‘O Amanhã da Criança’, na Maia, recebe 400 crianças diariamente e presta apoio social a 100 idosos, em seis meses vão receber “mais 80 idosos” em lar e no espaço de dois anos preveem inaugurar um hospital.

“Nos últimos três anos a procura aumentou significativamente e tivemos um problema que nos causou algum desconforto financeiro pela procura de pessoas muito carenciadas”, recorda José Correia cujo nível de mensalidades na instituição “corresponde aquele” que tinham “há 13 anos”.

O responsável, médico de profissão, considera ainda que a “principal” modernização no setor é uma mudança de “mentalidade” do Governo e uma “maior cooperação” entre Estado, autarquias e dirigentes das instituições porque “as problemáticas na área social são cada vez maiores”.

“As instituições nasceram para dar resposta concreta às necessidades das comunidades que servem e portanto isto faz com que sejam únicas”, acrescenta José Carlos Batalha, também presidente da União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social de Lisboa.

A Confederação Nacional das Instituições Sociais (CNIS) representa cerca de 2800 IPSS, empregam mais de 200 mil trabalhadores e significam mais de 70 por cento das respostas sociais em Portugal.

CB

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