Solidariedade: Fundação AIS reforça meios para responder às dificuldades das comunidades cristãs no mundo

Relatório sobre a liberdade religiosa deste ano vai revelar «um agravamento» nas situações de perseguição e violência

Lisboa, 02 abr 2014 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda a Igreja que Sofre (AIS), organismo dependente da Santa Sé, está a alargar a sua rede de infraestruturas e benfeitores para fazer face aos desafios das comunidades cristãs no mundo, “cada vez mais” prementes.

“Hoje temos muitos países marcados pela perseguição religiosa e muitos também onde a Igreja é significativamente pobre, onde faltam apoios para a formação dos padres e meios de transporte para as freiras ou sacerdotes, sobretudo em África ou na Ásia, e para isso precisamos de doações”, disse hoje à Agência ECCLESIA o presidente-executivo da AIS.

Johannes Heereman está em Portugal a participar numa reunião geral da Fundação, a primeira a este nível no país, com a presença de responsáveis das 17 delegações que atualmente fazem parte do projeto, incluindo a estrutura portuguesa.

Um dos principais destaques deste ano, para a organização católica, vai ser a abertura de três novas delegações, na Coreia do Sul, no México e também em Malta.

No que diz respeito aos dois primeiros casos, estão em causa países que a AIS “apoiou bastante no passado e que se desenvolveram muito”, e a ideia agora é “envolver mais essas nações na causa solidária, a favor da Igreja perseguida”, explica Johannes Heereman.

Quanto a Malta, a parceria vai começar a ser definida em maio, no dia 12, com a realização de um congresso sobre a “Liberdade Religiosa no Mundo”.

Ao mesmo tempo que alarga o seu número de delegações, a organização fundada pelo padre Werenfried van Straaten em 1947 pretende mobilizar mais as novas gerações, para alargar e rejuvenescer o seu número de benfeitores e amigos, atualmente situado nos 600 mil.

“A AIS não tem apoios oficiais da Igreja, depende exclusivamente dos seus benfeitores, mas a maior parte conta já com uma idade bastante elevada. Queremos aproximar-nos dos mais novos, que se calhar não estão tão próximos da Igreja mas sabem o perigo que poderá vir de um mundo onde não haja mais pensamento cristão”, realça o presidente-executivo.

Neste momento, o principal foco da Fundação está centrado em países como a Nigéria, o Sudão, a Síria e o Iraque, onde a perseguição religiosa ganhou força depois da chamada “Primavera Árabe”.

O próximo relatório da AIS sobre esta matéria vai ser publicado no próximo mês de novembro e segundo Catarina Bettencourt, responsável pela fundação em Portugal, os dados vão indicar “um agravamento” nos atentados à liberdade religiosa. 

“São cada vez mais os casos de perseguição que chegam ao nosso conhecimento, vamos lançar o relatório com uma situação infelizmente pior do que em 2012”, adiantou.

A AIS está também envolvida no apoio a países que nos últimos anos foram atingidos por desastres naturais, como o Haiti e mais recentemente o Arquipélago das Filipinas, devastado por um tufão.

Através de uma campanha solidária, a entidade ligada ao Vaticano conseguiu reunir cerca de cinco milhões de euros que estão a ser aplicados na reconstrução de igrejas, seminários e em outros projetos mais de longo prazo.

JCP

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