Sociedade: Portugal tem um «povo deprimido e envergonhado» pelos «maus governantes que escolheu», diz bispo de Beja

D. António Vitalino espera que «portugueses sábios» e «com amor a Portugal e ao seu povo» se apresentem como candidatos nas eleições de 5 de junho

Beja, 18 abr 2011 (Ecclesia) – O bispo de Beja afirmou hoje que os cristãos “podem e devem” contribuir para animar “um povo deprimido e envergonhado pelas falsas espectativas que alimentou e os maus governantes que escolheu”.

Na mensagem semanal transmitida pela Rádio Pax, D. António Vitalino manifesta o desejo de que a “alegria” da Páscoa contagie a população no “discernimento” da escolha do novo Governo, aquando da eleição da Assembleia da República, marcada para 5 de junho.

“Espero também que os portugueses sábios, competentes e com amor a Portugal e ao seu povo se apresentem como candidatos nas próximas eleições, para que rapidamente se comece a inverter a situação do decréscimo económico e do desemprego galopante”, acrescentou.

Referindo-se à “dívida económica”, o prelado salientou que o seu pagamento “vai exigir muitos sacrifícios” e expressou a esperança de que “todos os portugueses” contribuam para essa liquidação, “repartindo com justiça o mal pelas aldeias”.

António Vitalino distinguiu o significado da palavra “resgate”, usada frequentemente para designar a correção do débito de Portugal, mas que também tem raízes na Bíblia, recordadas pelos cristãos especialmente na Quaresma e na Páscoa.

“O resgate mais maravilhoso da história foi operado pelo dom da vida de Jesus Cristo na cruz, oferecendo-se por todos nós, libertando-nos do pecado e operando a reconciliação universal da humanidade, com plena gratuidade”, assinalou.

A ressurreição é uma “certeza da fé” que “opera o grande resgate de que todos precisamos, para não sucumbirmos pela depressão e pessimismo”, precisou o bispo de Beja, que acrescentou: “As raizes cristãs do nosso povo serão um remédio salutar na presente situação”.

Dirigindo-se aos aos cristãos que durante a Páscoa partem para “miniférias”, António Vitalino pediu-lhes para não se esquecerem de “participar nas celebrações da fé, as mais importantes de todo o ano litúrgico”.

A Quaresma, que este ano começou a 9 de março (quarta-feira de Cinzas), é um período de 40 dias, excetuando os domingos, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que servem de preparação para a Páscoa, palavra que significa ‘passagem’.

RM

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