Sociedade: Opus Dei pede católicos sem medo de expressar as suas convicções

Responsável máximo da instituição escreve carta sobre o Ano da Fé

Roma, 02 out 2012 (Ecclesia) – O responsável máximo do Opus Dei, instituição da Igreja Católica, pediu aos fiéis para não terem receio de manifestarem publicamente as suas convicções, mesmo que essa decisão implique desvantagens pessoais.

“Não tenhamos medo de chocar com o ambiente nos aspetos incompatíveis com a fé católica, ainda que essa atitude possa trazer-nos inclusivamente prejuízos materiais ou sociais”, escreve o bispo espanhol D. Javier Echevarría em mensagem alusiva ao Ano da Fé, que os católicos assinalam de 11 outubro de 2012 a 24 de novembro de 2013.

Os católicos não podem ficar parados quando o público tem uma opinião deformada da Igreja ou estão em curso campanhas que a denigrem: “Temos de reagir – por justiça com Deus e com a sociedade – contra esses abusos, desmascarar os ataques mais ou menos dissimulados e exigir o respeito que merece a Igreja”, sublinha.

Uma carta ou um e-mail a um jornal que explique “com simpatia e clareza” algum aspeto da doutrina católica é por vezes “mais eficaz do que um volumoso tratado”, refere o prelado de 80 anos, que realça a necessidade de a Igreja marcar presença nos media, espaços de opinião, internet e atividades culturais.

Segundo D. Javier Echevarría “um dos obstáculos que com maior virulência se opõe ao reinado de Cristo” está na “onda de sensualidade que invade os costumes, as leis, as modas, os meios de comunicação” e “as expressões artísticas”, pelo que a “moralidade pública” é uma das “prioridades” do Opus Dei, designação que em português se traduz por “obra de Deus”.

A família é um dos setores “mais ameaçado pela onda do hedonismo”, como se comprova pelo “aumento das infidelidades matrimoniais e a crescente dificuldade para que os jovens tenham condições de escutar e seguir o chamamento de Deus, sobretudo quanto ao celibato apostólico”, aponta.

Dar a conhecer o Evangelho aos ambientes intelectuais é de “grande importância” por contribuir para a “evangelização da cultura”, pelo que o “apostolado da inteligência” é uma das apostas do organismo, até porque “nenhum tema de investigação, nenhuma área do amplo campo do ensino é neutra do ponto de vista da fé”.

D. Javier Echevarría também preconiza a separação dos sexos na lecionação: após “muitos anos de propaganda” a favor do ensino conjunto, “está a abrir caminho a ideia de que a educação separada de meninos e meninas, na escola primária e secundária, é benéfica para a formação das novas gerações”.

A carta salienta igualmente a necessidade do estudo, em particular da Teologia: “É imprescindível que a doutrina católica enforme cada vez mais o nosso entendimento e mova a nossa vontade”, especialmente diante de uma “cultura dominante que tende a afastar-se de Deus”.

O prelado pede aos fiéis para recusarem a inatividade no apostolado, optando antes pela “entrega total diária”.

“Temos de nos convencer de que cada um está capacitado para chegar a mais, a bastante mais do que pensamos, a partir de coisas pequenas – afirmações, exemplos, santa intransigência”, vinca o texto, acentuando que a proposta cristã só chega aos destinatários a partir do “exemplo” de vida.

A finalidade do Opus Dei “consiste em difundir a mensagem de que o trabalho e as circunstâncias habituais são ocasião para um encontro com Deus, para o serviço aos outros e para melhorar a sociedade”, explica o site da instituição, presente em Portugal.

RJM

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top