Eugénia Quaresma sublinha mensagem do Papa para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado 2021
Lisboa, 07 mai 2021 (Ecclesia) – A diretora da Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM) afirmou que “os nacionalismos não fazem sentido” na Igreja Católica, elogiando mensagem do Papa para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado 2021, divulgada esta semana.
“Os fiéis católicos são chamados a acolher, a caminhar juntos, na alegria e na tristeza, a estar juntos também na defesa de todos que perdem a sua dignidade”, disse hoje Eugénia Quaresma à Agência ECCLESIA.
‘Rumo a um nós cada vez maior’ é o tema da mensagem do Papa Francisco para o 107.º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que se vai celebrar a 26 de setembro.
“Importa realçar que esta mensagem, em primeiro lugar, é para a Igreja Católica, e ser católico é estar em relação com todos”, sublinhou a entrevistada.
A diretora da OCPM destacou que a mensagem “é muito bonita” e com um tema atual, que nasce para “ajudar a concretizar a Fratelli Tutti”, encíclica de outubro de 2020, sobre a fraternidade humana.
“Há um caminho a fazer, se queremos viver verdadeiramente em paz. É uma mensagem muito atual e urgente a da amizade social”, referiu a responsável católica, assinalando o “apelo muito forte” a ser “construtores de pontes”, porque ver os outros como um inimigo “divide e levante muros”.
Os nacionalismos, populismos e divisões “infelizmente” também acontecem na Igreja e Eugénia Quaresma considera que a fé deve levar a “reconhecer no outro um semelhante, um irmão”.
Do novo documento, a entrevistada realça também o convite a estar do lado “de quem denuncia, de quem diz isto não pode acontecer”, e não “contra os migrantes que vêm para ajudar a construir uma sociedade melhor”.
Segundo a diretora da OCPM, o Papa aponta ao conceito de “nova fronteira missionária”, que passa por “ver o migrante com agente de evangelização”, também, como “protagonista da sua história”.
Eugénia Quaresma conclui realçando o apelo de Francisco a sonhar “juntos” e a cuidar da casa comum.
“Temos de aprender a valorizar e construir com esta riqueza, temos de aprender a dialogar, a aceitar a diversidade”, observou.
CB/OC