Sociedade: Caritas Internationalis assinala que o futuro passa por uma «Ecologia Humana Integral»

Organização católica alerta que «sem vontade política não haverá mudanças e o bem-estar dos mais pobres não pode ser garantido»

Cidade do Vaticano, 19 ago 2021 (Ecclesia) – A Caritas Internationalis encoraja os decisores políticos a “medidas corajosas”, lembrando que o “caminho de futuro” passa por uma “Ecologia Humana Integral”, no Dia Mundial Humanitário, que se assinala hoje, “marcado por múltiplas crises”.

“Sem uma deliberação política determinada, a vida humana corre perigo. Se parte da humanidade sofre, toda a família humana também sofre”, afirma a Caritas Internationalis, que exorta os responsáveis ​​políticos a “dar passos corajosos”.

Na informação enviada hoje à Agência ECCLESIA, pela Cáritas Portuguesa, o organismo católico, que reúne 162 organizações que atuam em 200 países, assinala que são muitas as situações de emergência no mundo causadas por fenómenos naturais ou pelos homens, sobretudo aos países mais pobres do mundo, como a pandemia da Covid-19, degradação ambiental, aumento do nível do mar, secas, inundações, incêndios florestais, a crise no Afeganistão e no Líbano e o terremoto no Haiti.

A confederação internacional apresenta medidas concretas neste Dia Mundial Humanitário e apela aos líderes e decisores políticos para “garantir a segurança” da população afegã e o atendimento das necessidades básicas do povo libanês.

É pedido também que destinem “fundos suficientes” para que as comunidades locais se envolvam em “atividades desenvolvidas numa base comunitária”, tanto agrícolas como não agrícolas, para garantir os seus meios de subsistência e a sua segurança alimentar, e que se dê “importância primordial” à gestão de desastres nas comunidades locais, “especialmente em atividades de redução de risco, para garantir a segurança das pessoas através de sistemas de alerta precoce”.

A Caritas Internationalis incentiva os governos locais a “cooperarem” com as organizações da sociedade civil locais e a fortalecerem os seus mecanismos de resposta, com destaque para a “ação humanitária para que esta possa lidar com as consequências das alterações climáticas”.

É ainda pedido que se garanta o acesso aos cuidados básicos de saúde integrais para os mais vulneráveis, “incluindo vacinas contra doenças mortais”, e que se comprometam, “de imediato”, com um conjunto, económico e industrial, de políticas globais para “minimizar o impacto sobre o aquecimento global e a degradação dos ecossistemas”.

A organização católica explica que é “testemunha dos sofrimentos incalculáveis” ​​causados ​​por estas crises naturais e provocadas pelo homem e, neste Dia Mundial da Humanidade, indica que a “única resposta adequada é a Ecologia Humana Integral”, em consonância com o ensinamento do Papa Francisco.

“Sem vontade política, determinada por parte dos líderes e decisores políticos, não haverá mudanças e o bem-estar dos mais pobres não pode ser garantido”, acrescenta a Caritas Internationalis, referindo que a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021 (COP26) deve “olhar para esta situação como uma prioridade e apresentar soluções tangíveis e adequadas”.

A Assembleia Geral da Nações Unidas adotou uma resolução que designou 19 de agosto como Dia Mundial da Humanidade, cinco anos depois do ataque à bomba ao Canal Hotel, em Bagdade, que matou 22 trabalhadores da ajuda humanitária, incluindo o representante especial do Secretário-Geral da ONU para o Iraque, Sérgio Vieira de Mello, a 19 de agosto de 2003.

CB

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