Chefe de redação da Rádio Renascença diz que se perdeu oportunidade de debater questões essenciais
Lisboa, 21 jan 2021 (Ecclesia) – Eunice Lourenço, chefe de redação da Rádio Renascença, afirmou que a campanha para as presidenciais, em tempo de pandemia, deixou sinais contraditórios à população.
“Ao manter determinados tipos de ação – como candidatos a visitar escolas ou lares de idosos, ainda que ficando à porta; seja, num extremo, ao fazer jantares com 170 pessoas -, isso dá um sinal completamente contraditório para a população”, referiu, em entrevista à Agência ECCLESIA, emitida hoje na RTP2.
Para a jornalista, está em causa a questão do “exemplo” da classe política, questionando se há contradição “entre aquilo que pede e aquilo que faz”.
Para uma das moderadoras do debate radiofónico entre seis candidatos, na última segunda-feira, durante a campanha os temas fugiram do que seria “essencial”, como o entendimento de cada candidato sobre os seus poderes ou sobre o sistema de Justiça.
A convidada do Programa ECCLESIA fala ainda do aumento do número de contágios e de mortes por causa da Covid-19, após o Natal, são o preço de uma decisão política que foi tomada sem uma “orientação científica”, até porque há “diferentes visões”.
Eunice Lourenço alerta para a perda de “lucidez” no comando político e sanitário, para recuperar “condições de antecipação”, num momento em que a situação se revela “muito pior do que as previsões”.
As eleições presidenciais, com sete candidatos, realizam-se em plena pandemia de Covid-19, no próximo domingo; a campanha eleitoral termina na sexta-feira.
PR/OC