Situação no Líbano preocupa o Papa

Polémica dos cartoons de Maomé em cima da mesa Bento XVI recebeu hoje em audiência privada o primeiro-ministro do Líbano, Fouad Siniora. O Papa manifestou, por diversas ocasiões, a sua preocupação relativamente à situação política nesse país, com especial destaque para o seu discurso ao corpo diplomático, quando disse que a população libanesa “deve reencontrar a sua vocação histórica em favor da colaboração sincera e frutuosa entre as diversas comunidades de fé”. Essa situação foi o centro da discussão, que se prolongou por 20 minutos. Segundo comunicado oficial da Santa Sé, “a visita do chefe do governo libanês e da delegação oficial que o acompanhava, teve como objectivo confirmar a grande devoção do povo do Líbano para com o Romano Pontífice, bem como pela Santa Sé em geral, sempre muito próxima dessa nobre Nação”. “No decorrer dos colóquios houve uma troca de opiniões sobre a situações no Líbano e no Médio Oriente em geral, sublinhando o compromisso comum em trabalhar pela educação das populações para a reconciliação e a paz, no respeito dos Direitos Humanos e, em particular, da liberdade religiosa”, acrescenta a declaração. Uma consideração especial foi reservada “à situação dos cristãos e ao contributo que eles querem dar para o progresso do país”, lembrando a exortação apostólica de João Paulo II “Uma nova esperança para o Líbano”, no Jubileu de 2000. Polémica dos Cartoons No primeiro encontro oficial de Bento XVI com um dirigente muçulmano após a recente crise gerada pela publicação das caricaturas de Maomé, o tema esteve em cima da mesa. O bairro cristão de Achrafiyé, em Beirute, foi atacado na semana passada, na sequência desta polémica. “Discutimos a publicação das caricaturas de Maomé, que provocaram um sentimento de desconforto e mal-estar no mundo árabe”, referiu o primeiro-ministro libanês, em conferência de imprensa, após o encontro no Vaticano. “O Papa indicou que, em caso algum, a liberdade de expressão poderá ser um atentado contra as liberdades de cada um e defendeu a ideia de que era direito de todos exprimir sentimentos e opiniões, mas de forma pacífica, acrescentou Siniora. Relativamente aos acontecimentos em Achrafiyé, o responsável libanês assegurou que “os autores dos crimes serão trazidos à justiça e punidos”.

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