Guerra no país matou nos últimos dias mais 300 pessoas, a maioria civis
Lisboa, 04 mai 2016 (Ecclesia) – A comunidade salesiana em Alepo diz que a última semana na Síria “foi das piores” desde o início da guerra civil no país e lamenta a falta de atenção internacional para o contexto na região.
Em declarações enviadas hoje à Agência ECCLESIA, o padre Alejandro León frisa que há em todo o Médio Oriente muitas situações difíceis, mas a situação é ainda mais preocupante na Síria”, onde “há muitas fações em luta, numa guerra de todos contra todos, em que os civis, infelizmente estão no meio”.
“Sofremos sobretudo pela perda de crianças e jovens do nosso oratório… Hoje, todos os cristãos que morrem são pessoas que conhecemos… e, para nós, é muito difícil acompanhar essas situações extremas”, realça o sacerdote.
Só na última semana, os combates terão causado a morte a pelo menos 300 pessoas, na maioria civis”, com a violência a afetar “muitos bairros de Alepo, alguns de predominante presença cristã”.
Para o padre Alejandro León, é urgente que a comunidade internacional e os media deem maior atenção à conjuntura que marca a Síria e o Médio Oriente
“Infelizmente neste, como em muitos outros conflitos, os media dão as informações que convêm segundo a linha definida pelos governos e formam a opinião pública segundo essa linha, deixando de fora muitos aspetos importantes do conflito e sublinhando apenas os que são úteis aos seus objetivos”, aponta aquele responsável.
Quanto ao quotidiano da comunidade salesiana de Alepo, o sacerdote realça que “até agora, as estruturas da congregação não sofreram danos graves”.
“Enquanto houver cristãos, nós, Salesianos, ficaremos com eles; não temos qualquer dúvida”, assegura.
A guerra na Síria, iniciada em março de 2011, já fez mais de 260 mil mortos, 13 milhões de deslocados internos e 4,6 milhões de refugiados, a maioria deles acolhidos nos países vizinhos – Turquia, Jordânia, Líbano e Iraque.
JCP