Síria: Religiosa portuguesa faz um retrato «dramático» da vida naquele país

“Há muita gente que só consegue comprar pão”, irmã Maria Lúcia Ferreira

Foto DR – Síria

Lisboa, 30 Jun 2020 (ECCLESIA) – A irmã Maria Lúcia Ferreira que vive no Mosteiro de São Tiago Mutilado, na vila de Qara (Síria), faz um retrato “dramático” da vida neste país ainda em guerra e que muitas famílias têm de escolher entre “pagar a renda da casa e ter alguma coisa de comer”.

Num comunicado da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (FAIS) enviado à Agência ECCLESIA, a religiosa portuguesa que pertence à Congregação das Monjas de Unidade de Antioquia realça que o custo de vida na Síria está a tornar-se proibitivo.

As sanções económicas impostas ao regime sírio, a crise financeira no vizinho Líbano e a guerra que perdura há praticamente uma década estão a provocar uma escalada nos preços dos bens de primeira necessidade e a tornar, com isso, a vida dos sírios num tormento diário, realça a nota

A religiosa portuguesa afirma que “só o pão é barato porque o governo continua [a subsidiar o seu preço], para que os pobres ao menos possam comer”.

Na expressão da Irmã Myri, como é normalmente conhecida esta religiosa que vive no Mosteiro de São Tiago Mutilado, na vila de Qara, perto do Líbano, “tudo se tornou tão caro, tão caro… os frutos, as verduras… tudo o que é verde, os legumes, é muito, muito caro”.

A grave crise no vizinho Líbano onde, segundo estimativas do Banco Mundial, mais de metade da população vive já na pobreza e precisa de ajuda financeira para as necessidades diárias, está a agravar, e muito, esta realidade que se acentuou também por causa da pandemia do coronavírus.

A crise económica, de que fala a religiosa portuguesa espelha-se também na existência do chamado ‘mercado negro’ e a subida dos preços é apenas um exemplo concreto de como a vida dos sírios se tem vindo a agravar nos últimos tempos.

No domingo passado, o Papa Francisco lembrou que hoje, terça-feira, 30 de junho, será realizada a quarta Conferência da União Europeia e das Nações Unidas para apoiar o futuro da Síria e da região.

Perante a situação extremamente difícil que se vive nesta zona do globo, especialmente a Síria e Líbano, o Papa Francisco pede as orações de toda a comunidade cristã.

LFS

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Agência ECCLESIA

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