Síria: Ajuda à Igreja que Sofre está a recolher «máximo de informação possível» para apoiar população

Fundação pontifícia quer cumprir a sua missão de «ajuda de emergência» após o sismo

Foto: Lusa/EPA

Lisboa, 07 fev 2023 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) está a recolher informações e a “avaliar continuamente a situação” na Síria, atingida esta segunda-feira por um sismo de magnitude 7,8 na escala de Richter (num máximo de 10), com epicentro na Turquia.

“Recolhendo o máximo de informação possível junto dos seus parceiros no terreno sobre as necessidades imediatas da Igreja local, para que esta possa cumprir com a sua missão de ajuda de emergência a estas populações”, explica o secretariado português da AIS, na informação enviada hoje à Agência ECCLESIA.

Na Turquia e na Síria, segundo as autoridades, o balanço ultrapassa os 5 mil mortos, pelo menos 19 mil ficaram feridas, devido a dois sismos, um dos quais de magnitude 7,8 na escala de Richter (num máximo de 10), registados na segunda-feira.

O sismo ocorreu às 04h17 (01h17 em Lisboa), a 33 quilómetros da capital da província de Gaziantep, no sudeste da Turquia, próximo da fronteira com a Síria.

A fundação pontifícia assinala que os seus projetos de “apoio alimentar através de cantinas paroquiais, ajuda aos idosos e auxílio médico” na Síria, ganham “uma importância ainda maior” neste contexto de desastre.

“A Igreja na Síria está em choque com a catástrofe; a Igreja está a verificar os seus colaboradores e famílias”, disse a diretora de projetos da AIS, esta segunda-feira, após contactos com paróquias, dioceses e comunidades religiosas.

“Estamos a pedir orações a todos os benfeitores”, acrescentou Regina Lynch, exemplificando que “mesmo tão longe como Beirute as pessoas foram para as ruas”, preocupadas que outra explosão estivesse “a perturbar o país”, recordando a explosão acidental que destruiu o porto e alguns bairros da capital libanesa, a 4 agosto de 2020.

A irmã (Myri) Maria Lúcia Ferreira, religiosa portuguesa que vive na Síria, relatou que acordaram “com o sismo às 04:20 horas da manhã”, no Mosteiro de São Tiago Mutilado, em Qara, relativamente perto da fronteira com o Líbano.

“Eu apenas senti durante alguns segundos, mas comecei logo a rezar”, disse a irmã Myri, das Monjas de Unidade de Antioquia, numa mensagem enviada à AIS em Lisboa, adiantando que o sismo teria sido sentido principalmente “nas cidades de Alepo, Idlib, Lattakia e Hamã”, em Tartous, no sul, “mas aí foi coisa pequena, assim como aqui”.

A AIS informa que em Aleppo o antigo arcebispo católico Melquita “escapou por pouco à morte” com o desmoronamento de um edifício, mas o padre Emad Daher e outro cristão que ainda não foi  identificado morreram, enquanto, na zona oriental, “dezenas de edifícios desmoronaram”, por causa da sua má construção mas, também, “por esta região ter sofrido constantes bombardeamentos durante os tempos de guerra”.

Segundo a irmã Myri, a nível energético a situação está “a ficar bastante complicada”, “o combustível para cozinhar, a ligação à internet, o telefone, a rede telefónica, está a ficar cada vez mais fraco”.

“Os transportes estão caríssimos, as deslocações caríssimas, por causa da falta de gasolina e da [sua] má qualidade, assim como os preços altíssimos da comida, de tudo o que é roupa, sapatos”, acrescentou a religiosa portuguesa do Mosteiro de São Tiago Mutilado, informa a AIS.

CB/OC

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