Sínodo: Igreja procura «caminhos novos, discernindo à luz da oração, da escuta mútua» – D. José Ornelas

Representantes da Conferência Episcopal destacam atenção à realidade contemporânea, com contributos dos cinco continentes

Secretaria do Sínodo

Cidade do Vaticano, 17 out 2023 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) disse que a assembleia sinodal, em curso no Vaticano, procura “caminhos novos” para a Igreja, com um olhar atento sobre a realidade de todo o mundo.

“Continuamos todos juntos a rezar para que a Igreja possa encontrar, à luz de Deus os caminhos de que ela precisa para ser mais autêntica, mais verdadeira e que seja capaz de levar Cristo ao mundo”, disse D. José Ornelas, num depoimento à Secretaria-Geral do Sínodo, enviado à Agência ECCLESIA.

O responsável é um dos dois representantes da CEP na primeira sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, com o tema ‘Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação, missão’; Francisco decidiu que a mesma terá uma segunda etapa, em 2024.

O bispo de Leiria-Fátima destaca a nova disposição do espaço, no Auditório Paulo VI, com os participantes sentados em volta de várias mesas, para as reuniões gerais e os grupos de trabalhos, nos quais também tem participado o Papa.

“Isto significa já um passo daquilo que queremos numa Igreja sinodal: uma Igreja que junta irmãos e irmãs de todo o mundo, que pela primeira vez tem mulheres também com direito ao uso da palavra e do voto, e que procura caminhos novos, discernindo à luz da oração, da escuta mútua, implorando a presença do Espírito de Deus”, indica.

D. José Ornelas recorda o processo lançado em 2021, que passou pelas comunidades paroquiais, dioceses, conferências episcopais e assembleias sinodais, antes de chegar a Roma, “na busca de caminhos novos para a Igreja em todo o mundo”.

A CEP está representada também pelo seu vice-presidente, D. Virgílio Antunes, para quem os trabalhos têm tido em conta “a revelação, as Sagradas Escrituras, a tradição, olhando para os sinais dos tempos e para aquilo que é o mundo, que são as pessoas, nas suas alegrias, nas suas dores, nas suas dificuldades”.

“Tudo isto tem de estar presente num Sínodo, como está”, precisa o bispo de Coimbra.

Para o responsável português, os trabalhos iniciados no último dia 4 de outubro têm promovido a troca de “experiências de vida, de fé, com dificuldades”, nos cinco continentes.

Secretaria do Sínodo

“Deste conjugar de tantos esforços, tantas pessoas, tantas perspetivas, todos a procurar fazer caminho à luz do Espírito Santo e assente nos fundamentos da fé, havemos de chegar às melhores conclusões, que entregaremos ao Santo Padre para que, como sucessor de Pedro, possa considerar tudo e possa apresentar à Igreja aquilo que todos juntos, sinodalmente, percebemos que são os caminhos a que é chamada”, conclui.

Os trabalhos desta sessão decorrem até 29 de outubro e as reflexões são desenvolvidas em 35 grupos de trabalho linguístico (círculos menores), constituídos por 11 pessoas e um “facilitador”, incluindo um grupo de língua portuguesa.

Aos 365 votantes, entre eles 54 mulheres, somam-se, sem direito a voto, 12 representantes de outras igrejas e comunidades cristãs (delegados fraternos), oito convidados especiais e colaboradores da Secretaria-Geral do Sínodo.

Outras 57 pessoas, entre elas 20 mulheres, vão participar como peritos, à imagem do que acontecia no passado, ou “facilitadores”, ou seja, “pessoas especializadas cuja missão é facilitar os trabalhos nas diferentes fases”, sem direito a voto.

Os trabalhos desenvolvem-se em volta de cinco pontos, sobre as quatro partes do ‘Instumentum Laboris’ (IL), e o debate conclusivo.

Este IL foi elaborado com base no material recolhido durante a consulta global às comunidades católicas, em particular os documentos finais das sete assembleias continentais, que decorreram entre fevereiro e março deste ano: África e Madagáscar (SECAM), América Latina e Caraíbas (CELAM), América do Norte (EUA/Canadá), Ásia (FABC), Europa (CCEE), Médio Oriente (com a contribuição das Igrejas Católicas orientais) e Oceânia (FCBCO).

OC

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