Sínodo dos Bispos para o Médio Oriente já tem versão preliminar da mensagem final

Documento, que lança apelo à paz e ao diálogo inter-religioso, vai ser revisto na próxima semana e deverá ser votado na Sexta-feira

A versão preliminar da mensagem final do Sínodo dos Bispos para o Médio Oriente foi apresentada hoje, dia em que se conclui a primeira metade da assembleia, que decorre no Vaticano até 24 de Outubro.

O texto provisório, que nas suas linhas gerais lança um apelo à paz e ao diálogo inter-religioso, vai ser examinado, revisto e submetido ao voto dos participantes na próxima Sexta-feira, refere a Rádio Vaticano.

O documento pede aos fiéis que perseverem nas dificuldades, dêem testemunho cristão e prossigam o diálogo ecuménico, ao mesmo tempo que apela aos judeus e muçulmanos para trabalhem juntos com vista a garantirem o cumprimento dos direitos humanos.

O esboço da mensagem final insta os políticos do Médio Oriente a esforçarem-se para favorecer a segurança e a estabilidade política, empenhando-se simultaneamente no fim da corrida aos armamentos.

A comunidade internacional, por seu lado, é chamada a contribuir para o fim das lutas armadas na região, nomeadamente no Iraque e na Palestina, bem como a promover o respeito da liberdade de culto e de consciência.

Dirigindo-se aos cristãos migrantes, o texto convida-os a testemunhar a sua fé e cultura, esperando o futuro com confiança e alegria.

Educação, liberdade e vocações

Os trabalhos de Sexta-feira do Sínodo, dedicado ao tema “A Igreja Católica no Médio Oriente: comunhão e testemunho”, debruçaram-se sobre a importância de uma educação baseada na liberdade, questão fundamental para a convivência harmoniosa numa sociedade formada por diversas religiões.

Os padres sinodais – prelados presentes na assembleia – sublinharam o papel das instituições culturais católicas, abertas a todas as pessoas independentemente das suas convicções espirituais.

Apesar das feridas entre as religiões, o Sínodo salienta que a igreja e a mesquita devem ser espaços de reconciliação e perdão, como sucede com os caldeus católicos da Mesopotâmia, que vivem pacificamente com os muçulmanos da região, num ambiente de respeito e estima pelas instituições e obras católicas, apesar da situação política.

Os participantes reflectiram igualmente sobre as vocações religiosas: depois de defenderem que a qualidade dos candidatos é mais importante do que a quantidade, realçaram que o chamamento a uma vida consagrada a Deus é mais frequente nos territórios onde os fiéis vivem realidades mais duras, como acontece no Seminário Patriarcal Caldeu de Bagdad, capital do Iraque.

Entre as propostas lançadas pelos bispos incluem-se a realização de um congresso dedicado à formação dos jovens que conte com a participação de representantes de todos os países árabes, a fundação de instituições especializadas na orientação da família e a vivência da emigração como possibilidade de expansão do catolicismo.

Com Rádio Vaticano

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