Sínodo deve suscitar novo entusiasmo pela Bíblia

A Bíblia, apesar de ser o livro mais difundido e traduzido no mundo, com versões em 2454 idiomas, continua a ser quase desconhecida em muitos países que se dizem crisãos, segundo pesquisa encomendada pela Federação Bíblica Católica apresentada ontem no Vaticano. Do estudo internacional que revela a positiva atitude para com a Sagrada Escritura, a sua importância entre os fiéis, mas também a dificuldade para encarná-la na vida quotidiana, depreende-se a necessidade, para o próximo Sínodo dos Bispos, de “suscitar no mundo inteiro um novo entusiasmo pela Bíblia”. É a conclusão que transmitiu o bispo italiano de Terni, D. Vincenzo Paglia, nesta Segunda-feira, na Sala de Imprensa da Santa Sé, na apresentação da pesquisa que patrocinou como presidente da Federação Bíblica Católica. “A leitura das Escrituras”, sondagem realizada nos Estados Unidos, Reino Unido, Holanda, Alemanha, Espanha, França, Itália, Polónia e Rússia, levou em conta as diversas tradições cristãs para alcançar uma referência concreta da relação dos cristãos com a Bíblia. “Confirma-se – afirma o prelado – a intuição do Concílio Vaticano II, que exortou os fiéis a redescobrirem as Escrituras como fonte primária da vida espiritual. São muitas as comunidades que acolheram, mas ainda há muito caminho a ser percorrido”. Como a pesquisa mostra que a Bíblia, em muitos aspectos, é desconhecida ou pouco assimilada nos seus conteúdos, “é necessário que nasçam, a partir do encontro sinodal, energias novas” que revitalizem iniciativas como “escolas da Palavra”, “escolas do Evangelho” ou “escolas de leitura e escuta da Bíblia”, sugere D. Paglia. Somente 14% dos italianos entrevistados deram respostas correctas a perguntas básicas de conhecimento sobre a Bíblia, como “Os evangelhos são parte da Bíblia?”, “Jesus escreveu livros da Bíblia?” e “Quem, entre Moisés e Paulo, era um personagem do Antigo Testamento?”. Os resultados não foram muito melhores nos outros países: a Polónia venceria esta espécie de desafio, mas apenas com 20% de respostas correctas. Redacção/Zenit

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