Sínodo 2024: Relator-geral pede «propostas concretas» para a vida das comunidades

Cardeal Hollerich lançou nova fase dos trabalhos, que vai ocupar os próximos dias

Foto: Agência ECCLESIA/OC

Cidade do Vaticano, 07 out 2024 (Ecclesia) – O relator-geral da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos pediu hoje que os participantes procurem apresentar “propostas concretas” para a vida das comunidades católicas, lançando uma nova fase dos trabalhos desta segunda sessão.

“O desafio para o nosso trabalho nos próximos dias é sintonizarmo-nos com o movimento que anima o ‘instrumentum laboris’ (documento de trabalho), capaz de manter unidos os diferentes níveis e âmbitos, e assim chegar à vida concreta e às práticas das nossas comunidades”, referiu o cardeal Jean-Claude Hollerich, na abertura do quarto encontro dos grupos linguísticos, esta manhã, no Auditório Paulo VI.

“O povo de Deus está à espera de indicações e sugestões da nossa parte para tornar esta visão concretamente experimentável”, acrescentou o arcebispo do Luxemburgo.

O responsável sublinhou que a segunda sessão da Assembleia Sinodal tem a responsabilidade de dar o “último passo” no trabalho iniciado em 2023, “sem ter medo de esboçar propostas concretas que as Igrejas individuais serão depois chamadas a adaptar às diferentes circunstâncias”.

A intervenção começou por assinalar o dia de oração e jejum pela paz, convocado pelo Papa para esta segunda-feira.

Os trabalhos dos próximos dias, sobre o segundo módulo do documento de trabalho, vão incluir nove horas de debate em plenário, correspondentes a três congregações gerais.

“Partindo do processo sinodal e, sobretudo, dos frutos da primeira sessão, recolhidos no relatório de síntese, e da posterior consulta às Igrejas locais, procura-se delinear caminhos que permitam encarnar os fundamentos na vida e nas práticas quotidianas das comunidades cristãs, tornando-os concretos”, apontou o cardeal Hollerich.

A assembleia sinodal, que decorre até 27 de outubro, com o tema ‘Por uma Igreja sinodal: participação, comunhão, missão’, começou com a auscultação de milhões de pessoas, pelas comunidades católicas, em 2021; a primeira sessão da XVI Assembleia Geral do Sínodo decorreu em outubro de 2023.

Esta sessão da Assembleia Sinodal tem 368 membros com direito a voto, dos quais 272 são bispos; à imagem do que aconteceu 2023, mais de 50 votantes são mulheres, entre religiosas e leigas de vários países.

A eles somam-se, sem direito a voto, 16 representantes de outras igrejas e comunidades cristãs (delegados fraternos), convidados especiais e colaboradores da Secretaria-Geral do Sínodo.

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) está representada pelo seu presidente, D. José Ornelas, e por D. Virgílio Antunes, vice-presidente do organismo.

O cardeal Américo Aguiar, bispo de Setúbal, está presente na segunda sessão da Assembleia Sinodal por nomeação do Papa Francisco; já o cardeal Tolentino Mendonça participa na sua condição de prefeito do Dicastério para a Cultura e Educação (Santa Sé).

Além dos quatro responsáveis portugueses, participam também nesta segunda sessão, o padre Miguel de Salis Amaral, docente da Universidade Pontifícia da Santa Cruz, em Roma, integrando o grupo de peritos (teólogos, facilitadores, comunicadores); o padre Paulo Terroso, da Arquidiocese de Braga, e Leopoldina Simões, assessora de imprensa, no grupo dos “assistentes e colaboradores”.

O Sínodo dos Bispos, instituído por São Paulo VI em 1965, pode ser definido, em termos gerais, como uma assembleia de representantes dos episcopados católicos de todo o mundo, a que se juntam peritos e outros convidados, com a tarefa ajudar o Papa no governo da Igreja.

OC

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Agência ECCLESIA

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