D. Inácio Saure sublinhou necessidade de manter ajuda a população atingida pela violência
Cidade do Vaticano, 09 out 2024 (Ecclesia) – D. Inácio Saure, arcebispo de Nampula, disse hoje no Vaticano que o sofrimento em Cabo Delgado, no norte de Moçambique, continua “bem presente”, depois de sete anos de ataques jihadistas na região.
“A guerra provocou cerca de 5 mil mortos e cerca de 1 milhão de deslocados internos, dentro da província de Cabo Delgado e outros nas províncias vizinhas”, assinalou o responsável católico, durante o briefing diário dedicado aos trabalhos da segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária dos Sínodo dos Bispos, que decorre até 27 de outubro.
O arcebispo moçambicano destacou que este encontro, com representantes dos cinco continentes, “tem a possibilidade de promover o conhecimento da realidade”.
Para D. Inácio Saure, após uma série de “ataques a vilas de grande importância”, a guerra está agora “aparentemente parada”, levando a uma perda de interesse sobre a região.
“Num primeiro momento, houve muitas intervenções, organizações humanitárias para ajudar, mas, infelizmente, hoje, praticamente estas populações foram abandonadas à sua própria sorte, porque já são vistas como pessoas que chegaram a outras aldeias e estão ali instaladas, não mais como emergência”, acrescentou.
O arcebispo de Nampula, membro da XVI Assembleia Geral do Sínodo, alertou para o impacto da “falta de informação”, pedindo ajuda para uma “Igreja muito sofrida e muito necessitada”.
“Tem-se feito muito até aqui, mas, neste momento, o povo precisa de mais”, insiste.
A assembleia sinodal, com o tema ‘Por uma Igreja sinodal: participação, comunhão, missão’, teve uma primeira sessão em outubro de 2023.
A 20 de outubro, o Papa vai canonizar o do Beato José Allamano (1851-1926), sacerdote e fundador do Instituto dos Missionário da Consolata, a que D. Inácio Saure pertence.
“O tema de como ser Igreja sinodal missionária é-me muito caro, pessoalmente, como missionário da Consolata, porque o Beato José Allamano criou o Instituto tendo em vista a missão”, observou o arcebispo.
O responsável falou ainda da importância da iniciação cristã, realçando a necessidade de uma Igreja que “acolhe todos” e que envolve os jovens, neste processo.
OC
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