Moçambique: Bispos pedem «transparência» no processo eleitoral

Recenseamento para eleições gerais de 2024 está a decorrer

Maputo, 03 abr 2024 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal Moçambicana (CEM) publicou uma nota pastoral sobre o processo de recenseamento eleitoral e as eleições gerais de outubro deste ano, apelando à “transparência” e ao compromisso dos cidadãos.

“A luz do que se tem vivido nos processos passados, urge continuar a cultivar a transparência, a tolerância, o respeito, a abertura ao diferente e, sobretudo, o amor à paz. à fraternidade, à verdade e ao compromisso com o bem comum de todos os moçambicanos”, indica o documento, divulgado online esta terça-feira.

Os bispos católicos pedem que todos os cidadãos se unam “por um país mais fraterno e democrático”, a caminho das sétimas eleições gerais moçambicanas, evocando as “várias lições aprendidas com os diferentes pleitos eleitorais já realizados”.

Segundo os responsáveis, as “continuas contestações e manifestações de repúdio dos resultados” mostram que é necessário trabalhar em favor de uma “cultura da transparência” e da “adesão consciente ao processo democrático”.

“O eleitorado deve preparar-se o melhor possível para uma participação massiva, consciente e responsável em todo o processo, desde o recenseamento à campanha eleitoral, a própria votação em outubro de 2024 e à proclamação dos resultados”, indica a CEMM.

Os bispos esperam “imparcialidade no recenseamento”, sublinhando que este processo “desempenha um papel crucial na garantia da integridade e transparência dos processos democráticos”.

Todos os atores são convidados a manter uma postura neutra, imparcial e inclusiva para que contribuam para a integridade e a transparência do processo eleitoral. Deste modo. ajudarão a garantir que os resultados reflitam verdadeiramente a vontade do povo”.

Os responsáveis católicos dirigem-se aos órgãos eleitorais, a quem compete “devolver a confiança aos eleitores”, e aos partidos políticos, pedindo que “escutem e acatem a vontade dos eleitores”.

A nota pastoral deixa ainda pedidos à sociedade civil, aos observadores eleitorais e aos meios de comunicação social, em favor “da democracia e da paz”.

“A todos os moçambicanos encorajamos a participar massiva e conscientemente nas diversas etapas: recenseamento, votação e contagem dos votos. Para tal, a informação sobre os diferentes projetos governativos é indispensável para uma escolha responsável”, conclui o documento.

O recenseamento eleitoral termina no dia 28 de abril; em outubro, vão ter lugar as eleições presidenciais, legislativas e provinciais, em Moçambique.

OC

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