16ª assembleia geral é precedida por processo inédito de consulta, com assembleias diocesanas e continentais
Cidade do Vaticano, 20 jul 2021 (Ecclesia) – A Secretaria do Sínodo dos Bispos anunciou a composição das três comissões que vão preparar a assembleia geral de 2023, convocada pelo Papa, com a presença de dez mulheres entre 41 elementos.
A Comissão Teológica, a Comissão Metodológica e o Comité Consultivo de Orientação do próximo Sínodo dos Bispos incluem religiosas e teólogas da África do Sul, Alemanha, Austrália, Burquina-Faso, Estados Unidos da América, Espanha, Filipinas, França e Singapura.
A Comissão Metodológica vai ser coordenada pela irmã Nathalie Becquart, subsecretária do Sínodo dos Bispos e primeira mulher com direito a voto nestas assembleias.
“A presença de mulheres nas três comissões é um elemento importante, que demonstra os passos que estão a ser dados em direção a uma presença cada vez maior de mulheres nos órgãos de decisão da Igreja, um compromisso do Papa Francisco no caminho da sinodalidade”, assinala o portal ‘Vatican News’.
A 8 de julho, o Papa tinha nomeado o cardeal Jean-Claude Hollerich, arcebispo do Luxemburgo e presidente da Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia (COMECE), como relator-geral da 16ª assembleia geral do Sínodo dos Bispos.
O Vaticano anunciou a 21 de maio o adiamento desta assembleia para outubro de 2023, um ano depois do que estava inicialmente agendado, precedida por um processo inédito de consulta, com assembleias diocesanas e continentais.
A assembleia de 2023, convocada pelo Papa Francisco, tem como tema “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”.
Em setembro de 2018, o Papa publicou a constituição apostólica ‘Episcopalis Communio’ (Comunhão Episcopal) com a qual reforçou o papel do Sínodo dos Bispos, sublinhando a importância de continuar dinâmica do Concílio Vaticano II (1962-1965).
Em mais de 50 anos, as assembleias sinodais foram sempre consultivas, mas o Papa recorda que, segundo o Direito Canónica, o Sínodo goza de “poder deliberativo”, quando lhe é concedido pelo pontífice.
A nova constituição apostólica promove uma aproximação das assembleias sinodais ao modelo dos concílios ecuménicos [mundiais], como o que foi realizado entre 1962 e 1965, em quatro sessões.
A abertura do Sínodo de 2023 acontece no Vaticano, sob a presidência do Papa, nos dias 9 e 10 de outubro de 2021, e em cada diocese católica, a 17 de outubro, sob a presidência do respetivo bispo.
Estas celebrações dão início à “fase consultiva” da 16ª assembleia geral do Sínodo dos Bispos, a partir de um documento preparatório, um questionário e um vademécum com propostas de consulta em cada diocese.
O Vaticano determina que cada bispo nomeia um responsável ou uma equipa diocesana para a consulta sinodal; cada Conferência Episcopal deve fazer o mesmo.
As conclusões de cada diocese vão ser enviadas à respetiva Conferência Episcopal, para redação de uma síntese que deve chegar ao Vaticano antes de abril de 2022.
Os contributos alargam-se aos organismos da Cúria Romana, Universidades, Faculdades de Teologia, Uniões de Superiores e Superioras Gerais de Institutos Religiosos, Federações de Vida Consagrada e movimentos internacionais de leigos.
A Secretaria-Geral do Sínodo, que recebe as sínteses dos contributos, procede à redação do primeiro ‘Instrumentum Laboris’ (instrumento de trabalho) antes de setembro de 2022.
OC