Sínodo 2021-2024: Projeto ecuménico quer levar jovens a Roma, dando continuidade à JMJ de Lisboa

Iniciativa, que envolve Comunidade de Taizé, vai decorrer de 29 de setembro a 1 de outubro

Cidade do Vaticano, 23 jan 2023 (Ecclesia) – O Vaticano apresentou hoje a vigília ecuménica de oração e a iniciativa ‘Together’, que, de 29 de setembro a 1 de outubro, antecedem a primeira sessão da XVI Assembleia Geral ordinária do Sínodo dos Bispos.

“Jovens dos 18 a 35 anos de vários países europeus e de todas as tradições cristãs são convidados a vir a Roma, de sexta-feira à noite até domingo à tarde, para um fim de semana de partilha. Serão acolhidos pelas paróquias e comunidades de Roma e serão alojados pela população local. Para os jovens católicos, este evento pode ser vivido em continuidade com a Jornada Mundial da Juventude, que acontece em Lisboa no início de agosto”, indica uma nota, enviada à Agência ECCLESIA pela sala de imprensa da Santa Sé.

A vigília de 30 de setembro vai ser presidida pelo Papa Francisco, no âmbito de uma iniciativa ecuménica promovida pela Comunidade de Taizé em colaboração com o Diocese de Roma, a Secretaria-Geral do Sínodo, o Dicastério para a Promoção da Unidade de Cristãos, o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, assim como várias igrejas e realidades cristãs, associações eclesiais e ecuménicas.

“Não há uma sinodalidade completa sem unidade dos cristãos”, destacou esta manhã, em conferência de imprensa, o cardeal Jean-Claude Hollerich, arcebispo do Luxemburgo.

O relator-geral da XVI Assembleia Geral ordinária do Sínodo dos Bispos espera que este processo, lançado pelo Papa Francisco, contribua para o “restabelecimento” da unidade dos cristãos e a valorização do Batismo comum, que liga várias Igrejas.

“Como católicos, sentimos que precisamos deles. Precisamos de vocês”, declarou, perante representantes de outras comunidades cristãs, falando numa oportunidade para “dar um passo em frente” no caminho ecuménico.

“Construímos a nossa identidade cristã em diálogo”, acrescentou.

O irmão Alois, prior da Comunidade de Taizé, fala numa oportunidade de dar continuidade à JMJ Lisboa 2023, em dias de “partilha” nas paróquias e comunidades de Roma.

“Vai ser uma oportunidade para caminhar juntos com as diversas comunidades cristãs”, referiu aos jornalistas, destacando a dimensão espiritual do Sínodo e a importância da oração num tempo de “crescentes polarizações”.

O arcebispo anglicano Ian Ernest, diretor do Centro Anglicano de Roma, saudou a “renovada visão do Povo de Deus” que o Sínodo da Igreja Católica tem promovido, nos últimos meses, “ouvindo as vozes dos que não foram ouvidos”.

Khajag Barsamian, representante da Igreja Apostólica Arménia junto da Santa Sé, falou, por sua vez, da importância de dar a conhecer a tradição das comunidades do Oriente cristão sobre a sinodalidade.

Foto: Comunidade de Taizé

A conferência de imprensa contou com a participação do pastor Christian Krieger, presidente da Conferência das Igrejas Europeias, que sublinhou a importância deste processo sinodal para o “movimento ecuménico”, agradecendo a atenção do Papa em relação às outras Igrejas e comunidades cristãs.

A vigília de oração foi anunciada por Francisco, a 15 de janeiro, afirmando que “o caminho para a unidade dos cristãos e o caminho de conversão sinodal da Igreja estão ligados”.

A primeira sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, sobre o tema “Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”, vai decorrer de 4 a 29 de outubro de 2023.

O projeto ‘Together’ (juntos) une cerca de 50 realidades eclesiais; dez grupos de trabalho foram constituídos para acompanhar os diferentes aspetos e desafios da preparação da vigília ecuménica.

O Vaticano anunciou ainda que, antes da sessão sinodal, os participantes vão fazer um retiro de três dias, de 1 a 3 de outubro, sob a orientação de Timothy Radcliffe, religioso dominicano.

OC

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Agência ECCLESIA

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