Sínodo 2018: Igreja deve «sublinhar o protagonismo dos jovens», diz D. António Augusto Azevedo (c/vídeo)

Presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios fala em nova «cultura de vocação»

 

Foto: Ricardo Perna/Família Cristã

Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao VaticanoCidade do Vaticano, 20 out 2018 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios (CEVM) afirmou hoje no Vaticano que a Igreja deve “sublinhar o protagonismo dos jovens”, depois da assembleia sinodal sobre as novas gerações, convocada pelo Papa.

“Os jovens são Igreja, fazem parte dela, são uma parte importante”, assinalou D. António Augusto de Azevedo, em declarações à Agência ECCLESIA, após a apresentação do relatório do grupo de língua portuguesa sobre a terceira e última parte sobre o documento de trabalho do Sínodo dos Bispos 2018.

O bispo auxiliar do Porto sublinhou que o debate ajudou a “perceber que escolhas estão hoje diante da Igreja e dos jovens”.

“São escolhas individuais que cada um fará no decurso da sua vida, mas são escolhas comunitárias, de cada comunidade e congregação, e de toda a Igreja”, precisou.

Para o responsável português, o Sínodo tem sido um “grande sinal de confiança” nos jovens e na sua capacidade de “abrir caminhos de futuro”, de forma individual e em comunidade.

O presidente da CEVM realçou, depois, a necessidade de promover um debate sobre o tema da vocação, “num sentido redutor ou redutivo, mas num sentido alargado”, onde a Igreja ajuda cada um a fazer o seu caminho de fé e descoberta de si mesmo.

“Com isso, ajuda os jovens a descobrir a sua vocação, o seu lugar na Igreja e no mundo, construindo um caminho pessoal que o liga aos outros e o liga a Deus. Esse caminho pode ajudar a alcançar horizontes de felicidade e horizontes de plenitude”, sustentou.

D. António Augusto Azevedo fala numa “cultura de vocação” para todos, sacerdotes, consagrados e leigos, que ajude a Igreja a estar “cada vez mais presentes nos ambientes, na escola, na universidade, na vida social e política”, com a ajuda dos jovens, “ao lado de todos”.

“São os jovens desse meio que são a presença da Igreja. Se todos assumirem isso, há aqui naturalmente um grande desafio de conversão pastoral e missionária, muita coisa a renovar: uma renovação das comunidades, de muitos grupos e posturas”, insistiu.

Foto: Ricardo Perna/Família Cristã

O bispo auxiliar do Porto recorda que, muitas vezes, os jovens ficam fora dos lugares de decisão, considerando “importante que estejam lá com a consciência de cristãos, levados a sentir esse compromisso de serem sinais de Deus, presença da Igreja no meio do ambiente digital, das redes sociais”,

O responsável valorizou, por outro lado, a proposta de criação de um Observatório “capaz de pôr em ligação todos os organismos” católicos que tratam dos jovens, considerando que estes “têm trabalhado de forma muito separada e autónoma”.

Esta terça-feira, após uma pausa nas reuniões gerais e de grupo, vai ser apresentado o projeto para o documento final do Sínodo 2018.

O presidente da CEVM realça que este trabalho deverá continuar “em cada país, em cada Conferência Episcopal, em cada diocese e paróquia”, assumindo aí “práticas concretas, decisões concretas e operativas”.

A 15.ª assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos, com o tema ‘Os jovens, a fé e o discernimento vocacional’, decorre até 28 de outubro.

A Conferência Episcopal Portuguesa está representada por D. António Augusto Azevedo e D. Joaquim Mendes, bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família.

OC

A reportagem do Sínodo dos Bispos é realizada em parceria para a Agência Ecclesia, Família Cristã, Flor de Lis, Rádio Renascença e Voz da Verdade

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