Sínodo 2015: Preparação para o Matrimónio exige maior investimento das comunidades católicas

Relatório final propõe que casais assumam responsabilidades no acompanhamento dos mais jovens

Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano

Cidade do Vaticano, 24 out 2015 (Ecclesia) – O relatório final do Sínodo dos Bispos sobre a família propõe uma aposta mais séria na ação da Igreja Católica a respeito da preparação para o Matrimónio e dos jovens casais.

“O Matrimónio cristão não se pode reduzir a uma tradição cultural ou a uma simples convenção jurídica: é um verdadeiro chamamento de Deus que exige discernimento atento, oração constante e amadurecimento adequado”, assinala o texto, divulgado pelo Vaticano após a votação que teve lugar esta tarde, com a aprovação de todos os 94 pontos.

Os participantes na assembleia sinodal propõem a criação de “percursos formativos” que acompanhem os jovens católicos, tanto numa preparação “remota” para o casamento, que começa em cada família, como na catequese “pré-matrimonial” e a preparação “próxima” para a celebração do sacramento.

A este respeito, o documento fala numa sexualidade que está “desvinculada de um projeto de amor verdadeiro”, pedindo que estes percursos de educação dos jovens e dos noivos ajudem a “descobrir a beleza da sexualidade no amor”.

“O itinerário formativo deveria assumir a fisionomia de um caminho orientado para o discernimento vocacional pessoal e de casal”, pode ler-se.

O relatório final apela à responsabilização dos casais mais velhos, capazes de “acompanhar os noivos antes do casamento e nos primeiros anos da vida matrimonial, valorizando assim a dimensão ministerial conjugal”.

O documento convida também a comunidade católica, a começar pelos sacerdotes, a valorizar a celebração do Matrimónio, onde encontra muitas pessoas que habitualmente não vão à Igreja.

Os bispos apresentam depois os primeiros anos de casamento como um “período vital e delicado” para os casais católicos, o que exige um “acompanhamento pastoral que continue após a celebração do sacramento”, com o compromisso de todas as paróquias e a ajuda de “casais especialistas”, associações ou movimentos.

A este respeito, recorda-se que as dificuldades em ter filhos podem levar “rapidamente” a uma separação, pelo que as comunidades católicas devem oferecer um “apoio afetuoso e discreto”.

O texto conclusivo do Sínodo valoriza a dimensão familiar na preparação do clero e dos religiosos, defendendo em particular uma “maior presença feminina na formação sacerdotal”.

Aos padres é pedido também que acompanhem as famílias em situações de “emergência”, provocadas por “casos de violência doméstica e de abusos sexuais”.

OC

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