Setúbal: Símbolos da JMJ participaram em «procissão inédita» pelo Sado

«Não temos longos discursos a fazer, por isso é que são os símbolos, falar com imagens e não apenas com discursos» – Padre José Lobato

Procissão Símbolos JMJ Sado

Setúbal, 02 nov 2022 (Ecclesia) – Os dois símbolos da Jornada Mundial da Juventude começaram a peregrinação pela Diocese de Setúbal e participaram numa “procissão inédita” do Dia de Todos os Santos, no rio Sado e nas ruas da cidade, esta terça-feira.

“Nunca se fez uma procissão desta natureza, o Papa Francisco lançou-nos um desafio aos jovens para esta Jornada Mundial da Juventude: Fazer uma Jornada Mundial da Juventude fresca, para sermos poetas, criativos e originais, para não sermos uma cópia daquilo que tinha sido feito. E esta procissão surge nesse âmbito”, disse Vasco Gonçalves, da Paróquia de São Sebastião, em declarações à Agência ECCLESIA.

A procissão do Dia de Todos os Santos começou no Porto de Setúbal, no cais 3, com vários barcos de pescadores que levaram os jovens e os representantes das comunidades católicas e civis com os dois símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), pelo rio Sado, até ao Hospital Ortopédico do Outão, onde rezaram pelos doentes, num momento de bênção presidido pelo padre José Lobato, o administrador diocesano de Setúbal.

“Esta jornada sendo sobretudo para os jovens é também para acordar e despertar e rejuvenescer toda a Igreja, também os adultos, qualquer que seja a sua idade, são chamados a participar; não temos assim longos discursos a fazer, por isso é que são os símbolos, falar com imagens e não apenas com discursos”, explicou à Agência ECCLESIA.

Segundo o administrador diocesano, o objetivo é chegar ao “maior número de pessoas, e a maior diversidade possível” nesta peregrinação, porque a mensagem que levam, “que Cristo traz, é efetivamente para todos”.

Para além dos dois símbolos – a Cruz peregrina e o ícone de Nossa Senhora ’Salus Populi Romani’ – integraram a procissão fluvial as padroeiras dos pescadores e das comunidades marítimas das paróquias sadinas – a Nossa Senhora do Rosário de Troia (Paróquias de São Sebastião e do Coração de Maria), a Nossa Senhora da Arrábida (Paróquia da Anunciada) e Nossa Senhora dos Navegantes – que têm a sua festa própria, nos meses de julho, agosto e setembro.

“Aquilo que decidimos fazer foi no Dia de Todos os Santos fazer algo inédito, juntar estas três santas, padroeiras do mar e dos pescadores, pela primeira vez e realizar uma procissão mais os símbolos da Jornada Mundial da Juventude: Cada uma realizava a sua procissão na sua comunidade mas juntar toda esta gente em torno de uma causa só os símbolos da Jornada é que conseguiram fazer”, desenvolveu Vasco Gonçalves, que pertence ao Comité Organizador Paroquial de São Sebastião, a bordo do barco que levava a Cruz peregrina.

A procissão desembarcou na Doca dos Pescadores e continuou o percurso pelas ruas da cidade sadina, com outros santos das paróquias da Vigararia de Setúbal e os ícones dos 13 patronos da JMJ Lisboa 2023, até à Praça do Bocage onde terminou com uma festa da juventude.

Mostra como a Igreja pode ser rejuvenescida: É só ver os jovens que aqui estão, os barcos a chegar, os jovens a chegar, e é sempre importante manter este contacto entre a Igreja e os jovens que são o futuro. E estes símbolos representam exatamente isso, a Igreja a ir a todos os cantos do mundo, a todas as culturas para que possam transmitir a mensagem de Deus e ninguém obviamente fique excluído” – Rodrigo Alves, escuteiro – Agrupamento 59 da Paróquia de São Sebastião.

A peregrinação nesta vigararia termina na sexta-feira, e Sofia Costa, coordenadora do Comité Organizador Vicarial (COV) de Setúbal, explicou que o programa quer  “realmente chegasse a todos” neste conjunto de paróquias, “às realidade mais díspares, privilegiar o mar e os círios marítimos”, as comunidades religiosas, como as Irmãs da Apresentação de Maria, as Missionárias da Caridade, as Salesianas, mas também a Casa do Gaiato e o Centro Jovem Tabor, a Cáritas Diocesana, autoridades civis e de segurança e os estabelecimentos de ensino, escolas e o Instituto Politécnico (IPS).

“Tanto uma realidade mais desfavorecida e, às vezes, esquecida, como também a realidade do centro da cidade e as pessoas idosas, tentamos que fosse o mais eclético possível”, acrescentou.

Segundo Sofia Costa, da Paróquia de São Paulo, a organização procura mobilizar os jovens, a comunidade em geral e principalmente quem está fora do âmbito eclesial através de uma “abordagem porta a porta, pessoa a pessoa”

“Fomos aos cafés onde os jovens costumam ir, privilegiamos também as redes sociais, tivemos uma boa adesão no Instagram e Facebook, fomos às escolas fazer a divulgação antes destes dias e agora, tentamos ir onde eles andam e principalmente nas realidades deles, ser realmente ao alvo”, exemplificou a coordenadora do COV de Setúbal.

Já o coordenador do Comité Organizador Diocesano de Setúbal (COD) para a JMJ Lisboa 2023 disse que “a expetativa” que têm com a peregrinação da Cruz e do ícone de Nossa Senhora ’Salus Populi Romani’ é, “acima de tudo, animar as comunidades para este caminho que estamos a fazer de preparação da Jornada”.

“Queremos que esta seja uma peregrinação para ir com os símbolos para a rua, que sejam um momento de evangelização, que não se encerrem os símbolos dentro das igrejas. Basicamente o que fizemos foi lançar este desafio aos jovens de cada vigairaria que em conjunto com os seus padres definiram os programas que vamos viver ao longo deste mês de novembro”, desenvolveu João Marques.

CB/OC

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