D. Américo Aguiar lavou os pés a seis jovens – três rapazes e três raparigas – dos escuteiros
Setúbal, 28 mar 2024 (Ecclesia) – O bispo de Setúbal destacou o gesto de Jesus na última ceia, de lavar os pés aos discípulos, e, a partir desse exemplo, afirmou que significa que se devem “ajudar verdadeiramente uns aos outros”, na Missa presidida na Sé.
“Ele que é o Filho de Deus, ajoelha-se e lava os pés de outros. Aquele que está mais elevado deve estar ao serviço dos outros. Para lá do que aconteceu naquele momento, naquele encontro entre Jesus e os Seus discípulos, precisamos de reconhecer a força deste símbolo, deste sinal. Lavar os pés significa: ‘eu estou ao teu serviço’”, explicou o cardeal D. Américo Aguiar, na homilia enviada à Agência ECCLESIA.
Neste sentido, na Missa da Ceia do Senhor, o bispo de Setúbal questionou se não se espera que também devam “lavar os pés, todos os dias uns dos outros”, o que significa que se devem “ajudar verdadeiramente uns aos outros”.
“Às vezes, todos podemos pensar mal de alguém, deste colega, daquele familiar… mas o que nos é pedido é que sejamos capazes de esquecer, como ouvimos dizer: ‘deixa para lá, deixa para lá’. E se essa pessoa te vier a pedir um favor, fá-lo. Fá-lo sem maus pensamentos, sem ressentimentos”, acrescentou, a partir da sua “experiência de vida.
D. Américo Aguiar acredita “profundamente” que o que Jesus “ensina e pede” é que se ajudem uns aos outros, “com o coração leve e sem fazer muitas contas às queixas, razões, e faltas de razão”.
“E acreditem que é isto que eu faço, e o faço de coração, porque não só é o meu dever, mas porque foi e é a escolha da minha vida, feita em total liberdade e num desejo honesto de caminhar pelos passos de Nosso Senhor”, realçou.
Na Sé de Setúbal, na Missa da Ceia do Senhor, o cardeal D. Américo Aguiar também realizou o gesto de Jesus e lavou os pés a seis jovens da diocese, três rapazes e três raparigas, do Agrupamento 415 Santa Maria, da Região de Setúbal do Corpo Nacional de Escutas (CNE), informou o Gabinete de Comunicação de Setúbal à Agência ECCLESIA.
O bispo sadino, na homilia, também questionou como estarão a viver esta Páscoa as pessoas na Ucrânia e na Terra de Jesus, referindo, partilhando sobre os “irmãos que sobrevivem na Ucrânia” que pensa neles “muitas vezes”: “Estive lá. Rezei junto dos mortos, celebrei junto dos vivos”.
“Este é o tempo de nos darmos por inteiro ao povo que nos está confiado e de nos darmos uns aos outros como irmãos.”
O cardeal D. Américo Aguiar destacou que para tudo na vida precisam “de disponibilidade”, de estarem “dispostos a, sem receios, nem desconfianças, nem outros pensamentos”, precisam de “ter os olhos abertos, o coração atento”.
CB
Setúbal: Homilia de D. Américo Aguiar na Missa da «Ceia do Senhor»