Setúbal: Bispo deseja receber peregrinos com «novo rosto» no Santuário do Cabo Espichel, para a JMJ 2023

D. José Ornelas acompanhou abertura do concurso para a concessão dos edifícios, por parte do Estado

Foto: Agência ECCLESIA/LFS

 

Sesimbra, 18 mai 2021 (Ecclesia) – O bispo de Setúbal disse hoje desejar que o Santuário do Cabo Espichel, em Sesimbra, tenha um “novo rosto” para a edição internacional da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que Portugal recebe no verão de 2023.

“É uma ocasião a não perder no ponto de vista turístico, porque vão estar aqui muitos jovens, e a memória de chegar a um santuário destes vai ser importante, vão levá-la consigo e para a vida”, realçou D. José Ornelas, em resposta a uma questão da Agência ECCLESIA, após a cerimónia de abertura do concurso para a concessão dos edifícios do santuário, por parte do Estado.

No âmbito do Programa ‘Revive’, o local vai receber um investimento que envolve a criação de um estabelecimento hoteleiro ou outro projeto com vocação turística.

“São contratos de 50 anos. Não se trata de alienação de património, mas de assegurar que, durante um determinado período de tempo, os investidores que garantem a sua reabilitação podem colocá-la ao serviço da criação de emprego e valorização dos territórios”, afirmou o Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, presente no lançamento do concurso.

Pedro Siza Vieira referiu aos jornalistas que “este espaço merece muito ser visitado” e adiantou já ter manifestações de interesse para apresentação de propostas.

O Santuário do Cabo Espichel, inserido no Parque Natural da Arrábida, é também conhecido como Santuário de Nossa Senhora da Pedra Mua.

D. José Ornelas e Pedro Siza Vieira
Foto: Agência ECCLESIA/LFS

O bispo de Setúbal referiu que este local “nunca deixou de ser lugar de peregrinação” e os círios são “um exemplo disso”.

“Nós queremos dar vida para que estes edifícios, para que não sejam simplesmente turísticos e de lazer, mas um turismo que encontre sentido de vida”, indicou D. José Ornelas, para quem o Santuário do Cabo Espichel conjuga “a história, o mar, a fé e a cultura”.

Segundo o responsável católico, estas parcerias com as unidades turísticas “são fundamentais”, porque “muitas pessoas apreciam o turismo religioso e espiritual”.

Com uma renda anual mínima de 15 276 Euros, a concessão compreende o bem imóvel pertencente ao domínio privado do Município de Sesimbra (Ala Norte) e parte do bem imóvel propriedade da Confraria de Nossa Senhora do Cabo (Ala Sul).

A Confraria de Nossa Senhora do Cabo e o Município de Sesimbra assinaram, em 2018, um protocolo de cooperação com objetivo de executar obras de reabilitação das alas norte e sul do Santuário.

Atualmente, o culto no Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel encontra-se vivo, através das celebrações dos círios de Azoia, Palmela e Sesimbra, cujas festividades se realizam nos meses de março e abril e agosto e setembro, respetivamente.

Classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1950, o Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel consiste num complexo arquitetónico civil e religioso, com tradição devocional e de peregrinação desde o século XIV.

LFS/OC

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Agência ECCLESIA

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