Setúbal: Bispo desafia famílias a transformar relacionamentos «frios» e «funcionais»

Mensagem de Quaresma de D. José Ornelas fala da importância do afeto e da vivência da fé em casa

Setúbal, 27 fev 2017 (Ecclesia) – O bispo de Setúbal escreveu às famílias da diocese para pedir que o tempo da Quaresma, que se inicia esta quarta-feira, promova uma conversão coletiva, transformando os relacionamentos “frios” em afeto.

“A proximidade e o afeto são particularmente importantes quando alguém está fragilizado pela idade, pela doença, pelo desemprego e a precariedade económica, pelas dificuldades da vida”, assinala D. José Ornelas, numa mensagem enviada à Agência ECCLESIA.

O responsável realça, na sua mensagem quaresmal de 2017, que “converter-se em família" significa transformar “o relacionamento” com os que são mais próximos.

“Celebrar a Quaresma, neste biénio em que a nossa Diocese de Setúbal focaliza a sua atenção no tema da Família, constitui uma ocasião e um desafio de renovação para cada uma das nossas famílias, para as nossas paróquias e para toda a diocese”, refere o bispo da diocese sadina.

D. José Ornelas lamenta que, por vezes, a família seja encarada como “um endereço postal comum, uma pensão”.

O prelado convida, por isso, a “transformar os relacionamentos frios e simplesmente ‘funcionais’, dando-lhes o calor do amor, do interessar-se, do cuidar, do estar próximo”.

“Nesta Quaresma, somos chamados a sentar-nos juntos, em família, e decidir que sinais vamos dar, que atitudes vamos assumir para sermos mais família, mais família cristã. A fé tem de ter uma expressão concreta no dia-a-dia da nossa família”, propõe o bispo de Setúbal.

A mensagem sublinha ainda a importância da solidariedade, que dá sentido à penitência e ao jejum da Quaresma: “É o privar-se de algo de que gostamos e que nos faz falta, para acudir a quem está em maior necessidade”.

D. José Ornelas recorda que, tal como tinha sido anunciado pela diocese, o produto da “Renúncia Quaresmal” vai ajudar, a nível interno, a comunidade paroquial de Arrentela, “a braços com uma grande dívida”, e a nível externo, vai “constituir um fundo para auxiliar famílias de refugiados”.

Esta renúncia, “que pretende reunir aquilo que cada família conseguiu poupar com a sua penitência solidária”, vai ser recolhidos nos dois últimos domingos da Quaresma, em envelopes próprios, nas comunidades sadinas.

A Quaresma, que começa com a celebração de Cinzas (1 de março, em 2017), é um período de 40 dias, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.

Durante estas semanas, a Diocese de Setúbal vai promover “catequeses quaresmais”, ao domingo, dedicadas ao tema da família.

OC

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