Tema das Catequeses quaresmais das paróquias urbanas de Coimbra As paróquias da zona urbana de Coimbra realizarão, durante este tempo litúrgico, as conferências quaresmais, no salão polivalente da paróquia de S. José. “Servir os que mais sofrem” é o tema central desta iniciativa. Programa: 17 de Fevereiro – “Igreja Serva e Pobre – Será Mesmo?” D. Manuel da Silva Martins, Bispo Emérito de Setúbal 24 de Fevereiro – “Pobreza : Dimensão, Causas, Soluções” Pedro Hespanha, Professor na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra 3 de Março – “Segurança Social e Pobreza – Princípios e Acções” José Oliveira Alves, Director do Inst. de Solidariedade e Segurança Social de Coimbra 10 de Março – “Todo o pobre é meu irmão: Iniciativas das Paróquias” Mons. Dr. João Evangelista Ribeiro Jorge, Pároco da Sé Velha – Coimbra 17 de Março – “Servir os mais humilhados” Padre Acílio Fernandes, da Casa do Gaiato Paço de Sousa Introdução: “Os gestos de amor cristão, tal como os milagres de Jesus, são sinais do amor de Deus. Sem eles, o Evangelho tem dificuldade em tornar-se palavra viva. Mas hoje são necessários gestos novos, que nos despertem e interpelem.” (A sombra dos seus ramos, 18) Com estas palavras justificava-se, há três anos, a inclusão no Programa quinquenal diocesano, o “Serviço aos que mais sofrem”. Temo-lo em mãos, este ano. Mal acabado de lançar, vem a proposta do Papa, para celebrarmos o Ano da Eucaristia. Uns esqueceram o “serviço”, outros deixaram-no para segundo plano, outros procuraram entender a Palavra do Papa: “A comunidade recebe da Eucaristia o impulso para um compromisso real na edificação de uma sociedade mais justa e fraterna. (…) Não é por acaso que, no Evangelho de S. João, se encontra, não a narração da instituição da Eucaristia, mas a do “lava-pés” inclinando-se para lavar os pés dos discípulos, Jesus explica de forma inequívoca o sentido da Eucaristia.” (Mane Nobiscum Domine nº 28). Vamos, pois, celebrar o Ano da Eucaristia com maior vivência, fazendo dela motor do nosso serviço aos que mais sofrem. Dois perigos nos afligiam: Primeiro, ficarmo-nos esmola ao primeiro pobre que apareça na rua, não resolvendo o caso deste pobre, nem deixando espaço para nos interrogarmos sobre o problema da pobreza e da exclusão. O segundo perigo, será o de ficarmos com um estudo exaustivo sobre a pobreza, suas causas e efeitos… e contentar-nos com a resolução da ONU, de reduzir a pobreza para metade, até 2015. Conscientes das nossas limitações, não o queremos ser menos das nossas responsabilidades. Para além das acções já em campo para irmos ao encontro dos que sofrem, como sejam o trabalho conjunto das Conferências de S. Vicente de Paulo e Instituições Sócio-Caritativas da cidade de Coimbra, como a nova Sede dos Vicentinos de S. José, onde projectamos criar um serviço de atendimento permanente, procuramos abrir horizontes mais alargados: perceber mais de perto a identidade da Igreja, Serva e Pobre, o fenómeno mundial da pobreza, os Serviços públicos de combate à pobreza, os serviços paroquiais no mesmo campo, a forma de ir ao encontro dos mais humilhados pela e na sociedade. As Conferências Quaresmais de 2005 vão proporcionar-nos uma reflexão séria e profunda sobre cada um destes temas, conduzidos por peritos abalizados nas diversas áreas, conforme o Programa que apresentamos. Possam elas abrir o nosso espírito e o nosso coração, para que, de mãos dadas com todos os que sentem e vivem e procuram solução para os problemas dos que mais sofrem, ajudar-nos a sacudir a nossa inércia e a arregaçar as mangas para “lavar os pés dos que precisam”. P. João Castelhano