Seminaristas do Porto a caminho de Compostela

Fazer o caminho de Santiago é uma proposta cada vez mais conhecida e corrente. A experiência do caminho vai passando de boca em boca e não se esquece. Os albergues estão cheios, em especial durante o mês de Agosto, altura de Verão propícia a férias e a tempo de descanso.Por isso é comum encontrar grupos de peregrinos que caminham pelo mesmo trajecto. Pessoas que se cruzam de albergue em albergue, que saindo em tempos diferentes, etapa após etapa se voltam a encontrar. Não será o caso de um grupo que se cruza com os 18 peregrinos de Famalicão, pois a sua passada é forte e o objectivo é chegar a Santiago na próxima Quinta-feira. A surpresa é serem portugueses. O Pe. Jorge Madureira lidera um grupo de seminaristas a Santiago de Compostela. O responsável pelo secretariado da pastoral vocacional da diocese do Porto leva consigo três sacerdotes e 17 jovens do Seminário do Bom Pastor, na diocese do Porto. Esta não é uma actividade nova para estes jovens que estão habituados a caminhar. “Fazemos habitualmente percursos dentro da diocese”, explica o Pe. Jorge Madureira, confidenciando que “são pessoalmente muito significativos”. No final de cada ano, encerrando o ano curricular, o grupo de pré seminário organiza actividades de itinerância. Em 2005 estiveram em Colónia, com Bento XVI para a Jornada Mundial da Juventude. Já foram também a Taizé e este ano, por sugestão dos próprios seminaristas, rumam a Santiago de Compostela. As razões “são claramente espirituais e de fé”, responde o Pe. Jorge Madureira. Peregrinar tendo como “exemplo o apóstolo Tiago, que é um modelo de seguimento”, acrescenta. Mas o trajecto cultural que o caminho propõe também não pode ser esquecido, “porque o próprio caminho conta uma história de séculos”. Partiram esta manhã do Porto num autocarro, rumo a Valença onde iniciaram o percurso. Ali estão jovens desde o 10º ano até ao ano do propedêutico. Esta actividade “inclui-se dentro do projecto educativo do seminário” e conta já com o bom relacionamento existente entre todos os jovens. Com um itinerário previsto, este grupo deu início ao seu caminho com a bênção do peregrino e segue as orações propostas, celebrando também a Eucaristia diariamente. Dificilmente se poderão descrever todas as motivações para fazer o caminho, “as motivações são sempre muito pessoais”, sublinha o Pe. Jorge Madureira. No entanto “este é um percurso de itinerância na fé, simboliza o percurso da própria vida”. O responsável pela pastoral vocacional no Porto afirma mesmo que “o caminho de Santiago propõe um percurso de renovação e também de acção de graças pelo caminho quando se chega a Santiago”. Pôr-se ao caminho pressupõe “despojamento, partir com o mínimo e apela à unidade do grupo”, sublinha, porque o sacrifício do caminho vai permitindo “um aprofundamento do que é ser discípulo”.

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