Segredo de Fátima cumpriu-se com João Paulo II

Antigos colaboradores estiveram no Santuário para recordar atentado e negar teorias do «quarto segredo» Foi o atentado sofrido a 13 de Maio de 1981, na Praça de São Pedro, que despertou a atenção de João Paulo II para Fátima e, em especial, a terceira parte do segredo revelado aos Pastorinhos. A afirmação é do mais próximo colaborador do Papa polaco, o Cardeal Stanislaw Dziwisz, no testemunho que enviou para o Congresso “Fátima para o Século XXI”, sobre o o 13 de Maio de 1981 (lido no Congresso pelo seu Secretário) O actual Arcebispo de Cracóvia, secretário pessoal de Wojtyla durante várias décadas, deu o seu testemunho sobre o dia em que Ali Agca disparou sobre “um Papa, aquele Papa, João Paulo II, no coração do Cristianismo”. Confessando que ainda hoje “me custa acreditar” em tudo o que aconteceu, o Cardeal Dziwisz assegurou que nos dias imediatamente a seguir ao atentado “João Paulo II nunca pensou em Fátima”. Só mais tarde, perante a coincidência da data, 13 de Maio, pediu para ver a terceira parte do segredo e “reconheceu naquela visão o seu próprio destino”. O Cardeal polaco referiu-se à divulgação do segredo de Fátima, no ano 2000, como o “encerrar de um período da história, assinalado pelos trágicos desejos humanos de poder e iniquidade”. “O terceiro mistério de Fátima permanece como exortação à oração como caminho para a ‘salvação das almas’ e, no mesmo sentido, apelo à penitência e à conversão”, asseverou. O texto relativo ao segredo de Fátima pode ser consultado em www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20000626_message-fatima_po.html Sem «quarto segredo» A reforçar esta ideia de revelação definitiva do segredo esteve o Arcebispo italiano Angelo Amato, actual secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, onde chegou a trabalhar tanto com João Paulo II como com o Cardeal Joseph Ratzinger, hoje Papa Bento XVI. Este responsável aludiu directamente ao que classificou como “suposições” dos italianos Antonio Socci e Marco Tosatti, relativamente a um alegado “quarto segredo” de Fátima. “Apesar de suposições continuamente propostas, não há outras partes do segredo e não existe um quarto segredo, escondido, que conteria angustiantes previsões de desgraças para a humanidade e a Igreja”, afirmou. “Há só um manuscrito do segredo, aquele que está conservado no Arquivo da Congregação para a Doutrina da Fé”, vincou. Foi João Paulo II a decidir a sua divulgação em 2000, aquando da beatificação dos pastorinhos Francisco e Jacinta Marto. O terceiro segredo era uma visão de um “Bispo vestido de branco”, identificado agora com João Paulo II, que “prostrado de joelhos aos pés da grande Cruz foi morto por um grupo de soldados que lhe dispararam vários tiros e setas”. Citando o Cardeal Angelo Sodano, Secretário de Estado do Vaticano nesse ano de 2000, D. Amato disse que “a visão de Fátima refere-se, sobretudo, à luta de sistemas ateístas contra a Igreja e os cristãos”. Neste contexto, ao percorrer as incidências que rodearam o atentado de 1981 (retomando várias passagens já publicadas no seu livro “Uma vida com Karol”), o Cardeal Dziwisz assegurou que o mundo teria sido muito diferente se João Paulo II tivesse morrido, sobretudo “na Europa centro-oriental”. O Arcebispo polaco deixou a sua convicção pessoal de que a responsabilidade do atentado deve ser imputada “aos que tinham medo” do Papa Wojtyla, deixando uma pergunta: “Os caminhos, ainda que diferentes, não nos levam ao KGB?”. O Congresso “Fátima para o Século XXI” termina ao fim da manhã de Sexta-feira, com uma intervenção do Cardeal José Saraiva Martins, Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, sobre os Pastorinhos.

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