Cardeal Bertone apela à reconciliação e ao diálogo com as autoridades civis
O Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, enviou uma carta aos padres da China, na qual apela à “reconciliação dentro da comunidade católica” e a um “diálogo respeitoso e compreensivo com as autoridades civis, sem renunciar aos princípios da fé católica”.
A missiva assinala a celebração do Ano Sacerdotal convocado por Bento XVI, no 150.º aniversário da morte de João Maria Vianney, o Santo Cura d’Ars.
O texto inicia-se com um convite à esperança e sublinha várias linhas de orientação para “o futuro caminho da Igreja”.
“Para enfrentar a actual situação eclesial e sociopolítica em que vivem e para prosseguir no caminho da reconciliação e do diálogo, é urgente para cada um extraia luz e força das fontes da espiritualidade sacerdotal, que são o amor de Deus e o seguimento incondicional de Cristo”, indica o Cardeal Bertone aos sacerdotes chineses.
O número dois do Vaticano considera que “os novos desafios, que o povo chinês tem de enfrentar no início do terceiro milénio” exigem que os padres “se abram com confiança ao futuro e continuem a procurar viver integralmente a fé cristã”.
O Cardeal italiano convida os sacerdotes a visitar frequentemente “tanto as famílias católicas quanto as não-católicas”, mostrando também a sua solicitude “pelas necessidades das pessoas e favorecendo “um maior uso dos serviços caritativos, dirigidos especialmente às crianças e às pessoas doentes e idosas”.
O objectivo é “mostrar a caridade desinteressada da Igreja”.
Ao falar do tema das vocações, o Cardeal Bertone afirmou que “apesar da precariedade dos meios à disposição, para o futuro da Igreja na China terá de se trabalhar para assegurar, por um lado, uma particular atenção ao cuidado das vocações e, por outro, uma formação mais sólida nos aspectos humano, espiritual, filosófico-teológico e pastoral” nos seminários e nos institutos religiosos.