Sé da Guarda: «Visitas encenadas» vêm colmatar «falta de iniciativa» na divulgação do monumento

Padre João Carvalho Nunes, responsável pela Catedral egitaniense, está agradado com o projeto lançado pela autarquia até final de agosto

Guarda, 08 jun 2011 (Ecclesia) – O vigário paroquial da Sé da Guarda considera que o programa de visitas guiadas ao monumento, que partiu da autarquia local, vem colmatar alguma “falta de iniciativa” na divulgação daquele espaço.

“Não tem havido muita dinamização nem temos propriamente elementos escritos disponíveis para distribuir junto dos turistas, neste aspeto há uma grande pobreza” realça o padre João Carvalho Nunes, em declarações prestadas hoje à Agência ECCLESIA.

O novo programa, “Passos à volta da memória – uma visita encenada à Catedral da Guarda”, é da responsabilidade da empresa municipal Culturguarda e representa um investimento na ordem dos 22 mil euros.

Conta ainda com a colaboração da respetiva diocese e da Direção Regional de Cultura do Centro.

Esta terça-feira, o arranque do evento chamou à Sé várias dezenas de pessoas que, acompanhadas por um “cicerone” – personagem interpretada por atores do Teatro Municipal da Guarda – ficaram a conhecer, “de forma interessante e divertida”, alguns dos segredos e histórias do edifício.

“Neste primeiro dia, o texto baseou-se um pouco na evolução da construção da Sé, nos seus intervenientes, e com uma chamada de atenção para alguns particularidades na própria construção” salienta o vigário.

Se a partir do exterior, os visitantes são confrontados com uma “autêntica fortaleza”, aponta o sacerdote, o interior do edifício destaca-se sobretudo por “uma mistura curiosa de três estilos, o gótico, o românico e o manuelino”.

As visitas, com a duração de uma hora, vão decorrer até 31 de agosto, com sessões das terças às sextas, entre as 10h30 e as 16h00, e aos sábados, a partir das 17h00.

A Sé da Guarda, uma das mais antigas do país, faz parte de um conjunto de 13 monumentos que já aderiram à “Rota das Catedrais”.

Trata-se de uma iniciativa do Estado e da Igreja Católica que prevê a conservação, restauro e dinamização cultural de todos os edifícios religiosos deste género, existentes no país.

No que diz respeito à Catedral egitaniense, o padre João Carvalho Nunes espera que os apoios previstos, também a nível comunitário, possam contribuir para “o restauro do retábulo em pedra de Ançã”, no altar-mor, e para a “construção de um novo órgão de tubos”, já que o antigo foi “completamente desmantelado”.

Outras intervenções necessárias dizem respeito à instalação de um sistema de aquecimento e à renovação dos sinos da Catedral.

Segundo o vigário, trata-se de um processo que “vem sendo pensado, planeado, mas que até agora não está decidido, porque não tem sido fácil o relacionamento com as entidades nacionais que superintendem os monumentos”.

JCP

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