«Scholas Ocurrentes»: Fundação ajudou jovens partilharem e refletirem o que viveram na pandemia (c/vídeo)

«Passamos a compreender melhor o que podemos fazer se voltar a acontecer um confinamento, como é que podemos passar isso de forma mais leve» – Ana Coelho

Cascais, 13 jul 2021 (Ecclesia) – Ana Coelho, de 24 anos, participou no projeto ‘Scholas Pensarmo-nos’, dedicado à saúde emocional dos jovens, promovido pela Fundação ‘Scholas Ocurrentes’ em Portugal, e destacou o espaço para partilhar o que estão a viver “durante a pandemia”.

“Foi mesmo engraçado, tínhamos jovens de Portugal, de Espanha, do Brasil e de vários sítios, acabamos por perceber que eles compreendem porque estão a passar o mesmo do que nós”, disse a jovem trabalhadora, entrevistada no Programa ECCLESIA  (RTP2), que é transmitido hoje.

A Fundação “Scholas Ocurrentes” em Portugal, com sede em Cascais, realizou cinco sessões online orientadas para a saúde emocional dos jovens, o programa ‘Scholas Pensarmo-nos’ permitiu refletir sobre a sua vida em contexto de pandemia.

Ana Coelho recorda que na primeira fase do isolamento, por causa da pandemia de Covid-19, ficou “fechada em casa” e o que mais afetou “foi mesmo o convívio com outras pessoas” e se a internet “ajudou muito”, e as redes sociais, perceberam que “não é tudo” e precisam “do contacto humano, de falar com os amigos, abraçar”.

“Agora passamos a compreender melhor o que podemos fazer se voltar a acontecer um confinamento, como é que podemos passar isso de forma mais leve. Também percebemos que temos outras pessoas com quem falar e isso ajuda bastante. O projeto ajuda-nos a perceber como é bom ter outras pessoas com quem falar”, desenvolve.

O programa ‘Scholas Pensarmo-nos’ reuniu jovens de Portugal – de Cascais, Lisboa, Guimarães e Braga –, e de outros países como o Brasil e o Chile.

Julian de Marcos, o coordenador desta iniciativa, contextualizou que a necessidade deste projeto surgiu com a pandemia e a importância de os jovens terem “uma perspetiva diferente do mesmo problema, das mesmas dores, que têm ao redor do mundo”.

“Em cada etapa tratamos um conceito, uma ideia, que era uma desculpa para outros problemas. Por exemplo, no segundo dia falamos do tempo – o que é o tempo, porquê o tempo, a origem da ideia do tempo -, se calhar o tempo não fala muito da saúde emocional, mas é a forma de partilhar, a forma de conversar, que leva os miúdos a falar do tempo não de uma forma só filosófica senão de uma forma pessoal”, desenvolveu.

Segundo Julian de Marcos, os jovens, no início deste projeto, estavam à espera de receber um conteúdo e foram percebendo “que eles são o conteúdo e são o ponto importante para a partilha e para gerar a conversa”, por isso, as sessões de cerca de duas horas foram geridas “quase que por eles”.

“Esse é também um bocadinho o ponto disto, que sejam participantes ativos destes encontros e, se calhar, para depois aplicar nas suas vidas, na sociedade, nas suas famílias”, acrescentou o coordenador do ‘Scholas Pensarmo-nos’.

A Fundação ‘Scholas Ocurrentes’ em Portugal tem sede em Cascais e o município local é um parceiro e têm colaborado em muitos projetos realizados com jovens.

O vereador da Juventude, Deporto e Emprego da Câmara Municipal de Cascais observou que muitos jovens deixaram de “ter o convívio habitual, seja na escola, seja fora da escola”, na pandemia Covid19, e “muitos dentro das suas casas, acaba por levar a alguma frustração” e a ter alguns efeitos “nomeadamente psicológicos e a nível da própria saúde e do bem-estar”.

“O resultado final é positivo porque vão poder transmitir a outros aquilo que foi pensado aqui e aquilo que foi realizado também no fundo como mensagem de esperança”, realçou Frederico Nunes à Agência ECCLESIA.

Nas sessões “Scholas Pensarmo-nos” também participaram técnicos do município de Cascais, professores, e voluntários, como Carmo Diniz, conselheira para assuntos religiosos da fundação, que também é mãe e destacou a importância deste projeto no programa Ecclesia, transmitido hoje na RTP 2.

CB/OC

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