Igreja Católica está ao lado de quem foi ignorado e abandonado pela sociedade, sublinha D. Jorge Ortiga
Braga, 13 fev 2012 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga encerrou a Semana Arquidiocesana da Saúde chamando a atenção para a doença da “solidão”, que se apresenta como um desafio cada vez mais sério para os agentes pastorais que trabalham nesta área.
“Como dói ver notícias de homens e mulheres excluídos mas ávidos duma presença amiga”, referiu D. Jorge Ortiga, este sábado, durante uma celebração eucarística na paróquia de Balazar (Póvoa de Varzim), inserida no 20º Dia Mundial do Doente.
Na sua homilia, enviada hoje à Agência ECCLESIA, o atual presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana recordou aqueles “que deixaram de acreditar que são amados por Deus” e “que se abandonam à sua incapacidade, à sua deficiência, à sua doença, ao seu desemprego”.
“A sociedade pode ignorar-vos, rotular a vossa identidade, promulgar leis que dificultem a assistência hospitalar e expulsar-vos do mundo! Mas não vos preocupeis: a Igreja acolhe-vos, respeita a vossa dignidade e assume publicamente o vosso sofrimento”, afirmou.
Diante destes e de outros problemas, que afetam não só os enfermos mas também as faixas mais desfavorecidas da sociedade, o arcebispo de Braga reconheceu a importância dos leigos “voluntários ou profissionais” que funcionam como “ministros de esperança” no meio das populações.
Um testemunho que, segundo D. Jorge Ortiga, poderá abrir espaço, no futuro, para a criação de uma “equipa de ação social” na região, que promova junto dos mais debilitados uma dinâmica de “proximidade” e de “escuta”.
A Pastoral da Saúde tem como grande objetivo “restituir” aos doentes “um sentido para a vida”, salientou o prelado, mas para isso precisa de encontrar, do outro lado, corações dispostos a acolher a sua mensagem.
“ Abri, portanto, o ouvido do vosso coração! Escutai até que doam as perguntas mais profundas”, desafiou o arcebispo bracarense, recordando a importância que os “sacramentos” e a “evangelização” podem ter na busca da “cura” necessária a cada pessoa.
A Igreja Católica de Braga promoveu entre terça e sábado um conjunto de iniciativas relacionadas com a Semana Arquidiocesana da Saúde, tendo falado de um balanço “muito positivo” que “surpreendeu as expectativas”.
Até julho, estão a ser preparados encontros formativos com uma importante componente psicológica para profissionais e voluntários que trabalhem com diversos tipos de população fragilizada, como doentes, idosos, vítimas de violência doméstica e toxicodependentes.
JCP