Inventariação dos bens móveis e arquivos, a par do projeto «Rota das Catedrais», são prioridades da diocese
Santarém, 14 jan 2012 (Ecclesia) – As paróquias da diocese de Santarém têm maior sensibilidade quanto às boas práticas na preservação do património da Igreja mas continua a haver casos de incúria.
“Desde há alguns anos tem havido um cuidado maior por parte dos párocos e dos agentes paroquiais para a preservação”, disse hoje à Agência ECCLESIA o diretor da Comissão Diocesana para os Bens Culturais da Igreja, padre Joaquim Ganhão.
O responsável sublinhou que “raramente” são executadas intervenções que não estejam apoiadas no parecer técnico e acompanhamento do departamento mas continua a haver pessoas sem qualificação a tratar do património: “Por vezes aparecem franco-atiradores”.
O trabalho prioritário da Comissão Diocesana de Santarém, 80 km a norte de Lisboa, é a “inventariação do património móvel” através de um programa parcialmente financiado pelas paróquias, assinalou o padre Joaquim Ganhão.
O responsável adiantou que o departamento pretende fazer este ano a identificação do arquivo de todas as paróquias, ao mesmo tempo que dá continuidade à “Rota das Catedrais”, protocolo entre o Estado português e a Igreja para o restauro, conservação e valorização das sés.
A preocupação da Comissão, que realiza hoje em Tomar a 4.ª jornada diocesana para os bens culturais da Igreja, “é desenvolver uma cultura de preservação do património, colocando-o ao serviço da evangelização”, explicou.
O encontro, dedicado ao tema “Reabilitação de edifícios religiosos: estratégias de intervenção, sustentabilidade e salvaguarda do património edificado”, conta com a participação de 80 pessoas, tendo sido aberto, segundo o programa, pelo bispo de Santarém, D. Manuel Pelino.
“Durante muitos anos a preocupação prioritária era conservar telhados e não deixar que os edifícios caíssem. Hoje essa preocupação mantém-se” mas procura-se maior qualidade nas intervenções, referiu o padre Joaquim Ganhão.
O departamento estabeleceu uma parceria com o Instituto Politécnico de Tomar, que tem dado apoio técnico à diocese ao nível da conservação e restauro.
RJM