Santarém: Noite de caminhada até à Cova da Iria foi «experiência de liberdade e interajuda entre os jovens» – professor Luís Salgueiro

Alunos de Educação Moral e Religiosa Católica da Escola da Golegã fizeram «direta» até ao Santuário de Fátima

Santarém, 05 jun 2021 (Ecclesia) – Luís Salgueiro, professor de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), na Escola da Golegã, caminhou com 17 jovens, uma noite inteira até ao Santuário de Fátima, e contou à Agência ECCLESIA que foi uma “experiência de liberdade e interajuda entre todos”. 

“Esta noite de caminho foi uma experiência de liberdade e interajuda entre todos os jovens, este final de ano letivo fica marcado com esta caminhada que é um passo importantíssimo na vida deles, com a noite por companhia, uma noite bonita e fria, que nos envolveu e nos deu motivo para olhar mais alto”, conta o professor em declarações à Agência ECCLESIA.

Num fim de ano letivo em que “os jovens estiveram muito parados, muitas horas em frente ao computador”, o professor Luís Salgueiro considera que esta “experiência de libertação” vai marcar a vida de cada um, seja “no desenvolvimento de cada um como pessoa, seja no encontro, respeito e na solidariedade ali vividos”.

“Saímos da escola na quarta-feira passada, alinhámos alguns pontos para o caminho, fizemos uma oração inicial e partimos a pé, na certeza que todos iriam ser capazes de lá chegar”, recorda o professor de EMRC, Luís Salgueiro.

O grupo era constituído por 17 jovens, do 9º ao 12º ano da Escola da Golegã, que mostraram interesse de “alinhar neste desafio” e “fazer caminho”, partindo na companhia de dois professores. 

A noite teve quatro “paragens breves de repouso, partilha, de recuperação de energia” mas também de convívio onde a música e a motivação vinda das viaturas de apoio não faltaram.

“Tínhamos música que eles gostam de ouvir mas também música de mensagem cristã, três carros de apoio que nos acompanharam, pais e irmãos mais velhos que nos foram dando ânimo e, por fim, tiveram de levar alguns jovens até ao destino, por questões mais físicas”, explica.

A iniciativa teve uma primeira edição, “em conjunto com a catequese paroquial no passado mês de maio”, mas dado o “sucesso” e “vontade crescente” dos alunos, o docente decidiu organizar uma nova caminhada em final de ano letivo.

“Vimos o nascer do dia a caminho de Fátima, a primeira vez para alguns dos alunos a presenciar este momento, foi tempo ainda para ajudar uma aluna que estava com dores e fomos ajuda uns para os outros”, assume Luís Salgueiro. 

O caminho da Golegã até ao santuário de Fátima, cerca de 40 km, foi sendo palmilhado pelo grupo durante oito horas e, às 7h00 de quinta-feira, o destino tão ansiado era avistado. 

“A chegada é uma alegria imensa misturada com muita dor, foi para eles uma missão cumprida apesar de alguns não chegarem a pé mas fica já a motivação para uma próxima oportunidade, voltar à estrada para nova direta até ao santuário”, aponta.

“Consegui, consegui” foram palavras que o professor Luís Salgueiro ouviu na chegada, onde os jovens partilharam “a alegria e as lágrimas” e houve “uma conquista sobre si próprios”.

Eu sinto uma enorme gratidão pela entrega que estes alunos fizeram e pelo seu desejo de se descobrirem mais, ir além das aulas, descobrirem-se como pessoas, perceber que têm uma vida maior, além destes confinamentos e limitações”. 

O professor referiu ainda que muitos dos jovens que fizeram a peregrinação seguem agora “para uma fase de exames” e vão com “um alento renovado”.

“Chegar implica um processo que às vezes carrega dor mas que vale a pena, é no fundo dizer a si próprio que é possível quando se quer e quando se entregam”, conclui.

SN

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