Santarém: Bispo destina renúncia quaresmal à população do Sudão do Sul

D. Manuel Pelino propõe «crescer na vida espiritual e no amor fraterno» na Quaresma

Santarém, 01 mar 2017 (Ecclesia) – O bispo de Santarém convidou os católicos da diocese a ajudar o Sudão do Sul, com os seus donativos, numa mensagem intitulada ‘Crescer na vida espiritual e no amor fraterno’, para a Quaresma 2017 que começa hoje.

“Para pôr em prática a misericórdia para com os mais vulneráveis vamos destinar a renúncia quaresmal à população do Sudão do Sul a viver uma situação aflitiva onde falta tudo: casas (tendas), comida, água, medicamentos e outras necessidades urgentes”, escreve na D. Manuel Pelino.

Na mensagem quaresmal enviada à Agência ECCLESIA, o bispo de Santarém informa que existe um “canal seguro” para essa ajuda chegar à “realidade concreta” que é o superior provincial dos Missionários Combonianos em Portugal, padre José Vieira, que orienta a missão nesse país.

“Entreguemos quanto antes a nossa ajuda pois as necessidades são de grande urgência”, apela, lembrando que em 2016 a renúncia quaresmal rendeu mais de 17 mil euros – 17.131.50 euros – e foi destinada à Caritas Diocesana de Santarém.

O Papa Francisco revelou este domingo a vontade de visitar o Sudão do Sul, uma viagem que está a “estudar, com os colaboradores”, no decorrer de uma visita inédita à igreja anglicana de Todos os Santos, em Roma.

O bispo de Santarém observa depois que hoje se verifica uma grande indiferença e um forte individualismo perante os problemas dos outros, por isso, pede que se evite a “agressividade nas relações com os outros”, sobretudo no seio da família, e na vida social.

“Rejeitemos a intolerância, os muros que dividem e a exclusão dos mais vulneráveis. Estejamos vigilantes e solidários com as novas formas de pobreza que impedem as pessoas de viverem com dignidade”, desenvolve.

Na sua mensagem para a Quaresma, D. Manuel Pelino realça cinco propostas para os diocesanos viverem esta época do ano litúrgico que prepara a festa da Páscoa: “Aprofundar a identidade cristã; Trabalhar pelo alimento espiritual; Renovar a mente e o coração; Acompanhar e apoiar as famílias; Cultivar a misericórdia”.

“As propostas da Quaresma são muito atuais e muito necessárias pois respondem a carências e a anseios profundos de todas as pessoas. Os exercícios quaresmais educam-nos para o desprendimento de nós mesmos, na liberdade face a vários apegos e dependências, na solidariedade, na fidelidade à missão de semear mais generosamente a paz e alegria”, escreve D. Manuel Pelino, numa mensagem também publicada no sítio online da Diocese de Santarém.

O Papa Francisco escreveu também uma mensagem para o novo tempo litúrgico, intitulada ‘A Palavra é um dom. O outro é um dom’, que parte de uma passagem do Evangelho, sobre um homem rico e um pobre, chamado Lázaro, que lhe pede ajuda mas é ignorado.

A Quaresma, que começa hoje com a celebração de Cinzas, é um período de 40 dias, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.

Neste contexto, surge a renúncia quaresmal, prática em que os fiéis abdicam da compra de bens adquiridos habitualmente noutras épocas do ano, reservando o dinheiro para finalidades especificadas pelo bispo da sua diocese.

CB/OC

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