Santa Sé pede união dos Bispos da Igreja chinesa

Ordenação do Arcebispo «oficial» de Pequim foi aproveitada para lançar apelos em favor de uma só Igreja para os católicos no país O jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano, lamenta na sua edição deste Sábado a presença de Bispos não reconhecidos pela Santa Sé na ordenação do novo Arceispo de Pequim, D. Li Shan. O prelado, pertencente à Associação Patriótica Católica (APC), controlada pelo regime de Pequim, obteve a aprovação da Santa Sé, que o considerou um candidato “digno e idóneo” segundo indicações da sua comunidade local. O novo Bispo substitui Fu Tieshan, falecido no passado dia 20 de Abril, presidente da Associação Patriótica Católica (APC) e um dos poucos prelados chineses que nunca procurou a reconciliação com o Vaticano. O Osservatore Romano informa que a a aprovação da Santa Sé foi também oferecida a D. Xiao Zejiang, nomeado bispo auxiliar de Guiyang, cuja ordenação teve lugar a 8 de Setembro. O jornal apresenta uma lista de Bispos da APC “em comunhão com o Papa e reconhecidos pelo Governo”. A edição em italiano desta manhã diz, contudo, que “causou pesar a participação no rito sacramental de Bispos que não estão em comunhão com a Santa Sé”. No artigo, o Vaticano exprime o desejo de que todas as dioceses possam ter um bispo “em plena comunhão com a Igreja Católica” e conclui repetindo os votos do Papa Bento XVI que, na carta aos católicos chineses publicada em Junho, deseja que entre a Santa Sé, os Bispos e as autoridades chinesas sejam superadas as dificuldades e se possa chegar a um “acordo frutuoso”. A APC, controlada pelo regime de Pequim, procura construir uma Igreja nacional, separada de Roma e longe da alçada do Papa. A AsiaNews destaca, contudo, que nos últimos anos a influência desta Igreja “oficial” tem diminuído significativamente e que a maioria dos Bispos (calcula-se que mais de 90%) procuram estar em comunhão com a Santa Sé. Para uma reaproximação, Pequim exige que a Santa Sé deixe de reconhecer Taiwan e “não interfira nos assuntos internos” da Igreja na China Embora o Partido Comunista Chinês se declare oficialmente ateu, a Constituição chinesa permite a existência de cinco Igrejas oficiais (Associações Patrióticas), entre elas a Católica, que tem 5,2 milhões de fiéis. Segundo fontes do Vaticano, a Igreja Católica “clandestina”, ligada ao Papa e fora do controlo de Pequim, conta mais de 8 milhões de fiéis. A APC foi criada em 1957, para evitar “interferências estrangeiras”, em especial do Vaticano, e para assegurar que os católicos viviam em conformidade com as políticas do Estado.

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