Santa Sé: Orçamento para 2022 prevê 33 milhões de défice, com melhorias face ao ano anterior

Donativos mundiais caíram em 15% e redução da despesa chegou aos 4 milhões de euros

Cidade do Vaticano, 28 jan 2022 (Ecclesia) – A Secretaria da Economia da Santa Sé apresentou hoje o Orçamento para 2022, que prevê um défice de 33 milhões de euros, sublinhando o compromisso de “maior transparência e controlo rigoroso dos seus recursos”.

O documento foi enviado aos jornalistas, pelo Vaticano, e é acompanhado por uma entrevista ao padre Juan Antonio Guerrero Alves, prefeito da Secretaria da Economia, o qual destaca a “contenção de despesas”, em quatro milhões de euros, “sem reduzir a caridade do Papa, pelo contrário, aumentando-a”.

Em 2021, o défice projetado era de 42 milhões de euros, tendo sido registada uma diminuição de cerca de 15% no chamado ‘Óbolo de São Pedro’, os donativos de instituições e católicos de todo o mundo para a atividade do Papa e da Santa Sé.

Uma das notas destacadas no novo documento é o aumento das instituições presentes no orçamento, mais 30 em relação ao último ano, elevando para 90 as entidades envolvidas – dependentes da Cúria Romana, propriedade da Santa Sé ou sob a sua responsabilidade.

Entre elas estão, pela primeira vez, o Hospital Pediátrico ‘Bambino Gesù’, as quatro Basílicas Pontifícias de Roma e os santuários de Loreto, Pompeia e Pádua.

Em face deste alargamento, o orçamento previsto para 2022 chega aos 800 milhões de euros.

O padre Juan Antonio Guerrero Alves assume como objetivo “ajudar a economia da Santa Sé a satisfazer as suas necessidades, cuidando para que a atividade económica não se distancie ou tire credibilidade à missão de ajudar a unidade na caridade e à missão evangelizadora da Igreja”.

“Creio que os dicastérios estão cientes da situação económica e reduzem as suas despesas o máximo possível, mas às vezes pedimos que as reduzam ainda mais. É claro que há um limite para a redução, a missão deve ser cumprida. Em geral, isso é feito com muito sacrifício pessoal por parte de muitos”, admite.

O religioso jesuíta fala de uma nova cultura, dentro da Santa Sé, com mais “procedimentos e disciplina, mas também a mais transparência e economia”.

“O tempo de fazer negócios individualmente e sem prestar contas acabou. Hoje, acima de um certo montante, é necessário dar uma explicação detalhada da operação para obter a autorização, bem como seguir os procedimentos para os contratos”, precisa.

O colaborador do Papa assume que a pandemia teve um impacto negativo nas contas da Santa Sé e aponta à necessidade de “um plano para aumentar a receita”.

“Temos de tornar as Igrejas locais mais conscientes das necessidades da Santa Sé, a Cúria está ao seu serviço e deve ser mantida, em grande parte, por elas”, aponta.

OC

 

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