Santa Sé apoia conferência da ONU sobre racismo

Bento XVI e a Santa Sé manifestaram o seu apoio à conferência sobre o racismo das Nações Unidas, que está a decorrer em Genebra, na Suíça, desejando que a iniciativa consiga “acabar com todas as formas de racismo e discriminação”. No final da oração mariana do “Regina Coeli”, em Castel Gandolfo, Bento XVI recordou que ainda hoje, não obstante os ensinamentos da história, se registam fenómenos de racismo, xenofobia e intolerância. “Formulo os meus sinceros votos para que os Delegados, presentes na Conferência de Genebra, trabalhem juntos, em espírito de diálogo e de acolhimento recíproco, a fim de que se acabe com todas as formas de racismo, discriminação e intolerância, marcando, assim, um passo fundamental em relação à afirmação do valor universal da dignidade do homem e dos seus direitos, num clima de respeito e de justiça para cada pessoa e povo”, disse. A Santa Sé participa na Conferência com uma delegação presidida pelo observador permanente nas Nações Unidas em Genebra, D. Silvano Maria Tomasi, e composta por um membro do Conselho Pontifício Justiça e Paz e um membro do Conselho Pontifício para os Migrantes e os Itinerantes. “A participação da Santa Sé na Conferência é motivada pelo peso atribuído pela Igreja aos temas da discriminação racial e da intolerância. Questões relevantes do ponto de vista ético, porque se revestem de um papel central para o respeito da pessoa humana”, afirmou o director da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi. Por sua vez, Dom Silvano Maria Tomasi explica que a Santa Sé tem razões muito coerentes para participar da conferência de Genebra: “Já tínhamos participado na conferência de Durban em 2001, e agora o evento de Genebra é importante porque o racismo, presente de muitas formas em muitos países, representa uma questão de carácter ético à qual não nos podemos alhear, cada pessoa tem a mesma dignidade e não pode ser objecto de comportamentos discriminatórios”. Na abertura dos trabalhos, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, criticou os islamófobos e os negacionistas do Holocausto, mostrando-se desapontado com o boicote de vários países, como os Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, Alemanha, Itália, Holanda e Polónia. Estes países optaram por boicotar o evento por temerem que a conferência fosse palco para apresentar Israel como um Estado racista.

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