Sacerdócio: Buscar a vocação entre a Guiné, Espanha e Portugal

Faro, 27 jun 2014 (Ecclesia) – A busca vocacional de Jesús Ejocha levou-o a passar por três seminários da Guiné Equatorial e pela comunidade franciscana de Santiago de Compostela até chegar à Diocese do Algarve, onde este sábado vai ser ordenado padre.

Em entrevista ao jornal “Folha do Domingo”, publicada através da internet, o diácono guineense realça que “tudo valeu a pena” porque essas experiências acabaram por ajudá-lo a optar pela missão “com que mais se identificou”.

“Deus foi colocando as coisas no momento certo porque sabia o porquê e, se calhar, estava destinado que eu devia acabar aqui”, realça Jesús Ejocha.

Depois de ter servido nos últimos anos da sua preparação as paróquias de Silves, São Bartolomeu de Messines e Monchique, o jovem de 33 anos vai abraçar o sacerdócio numa celebração presidida pelo bispo algarvio, D. Manuel Quintas.

Desafiado a perspetivar o seu futuro, diz que quer acima de tudo desempenhar o seu serviço pastoral “com o povo, para o povo e por causa do povo”.

“Não quero ter horários. Quero estar sempre disponível como fazia Jesus. É assim que quero viver o meu ministério, dentro das minhas fraquezas, claro, mas deixando que a graça de Deus se faça em mim segundo a sua vontade. O resto vem por acréscimo”, sublinha.

Aos que “possam estar a interrogar-se se o sacerdócio também poderá ser a sua vocação”, Jesús Ejocha deixa uma mensagem:

“É preciso arriscar porque Deus, depois, fará o resto. Que não tenham medo de arriscar porque Deus precisa deles, confia neles e acredita neles. É, simplesmente, colocarem-se nas mãos de Deus que Ele faz o resto”, frisa o jovem guineense.

O percurso de vida do diácono antes de entrar para o seminário aos 15 anos, em Malabo, no seu país natal, foi também no mínimo curioso.

Filho de um militar, chegou a considerar seguir “por esse caminho”, teve o sonho de ser piloto, depois andou pelo circo, fez teatro de rua, pertenceu a uma escola de teatro, praticou dança e “até karaté”, tendo feito mesmo o “último nível”.

“O meu pai queria que todos os filhos estivessem preparados. Tínhamos todos que saber manusear armas, de tal forma que eu sei desmontar, limpar e remontar uma arma”, recorda.

FD/JCP

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