Rostos da guerra: malfeitores e inocentes

Maria Isabel Ribeiro, Comissão Justiça e Paz da Diocese de Bragança-Miranda

No dia 24 de fevereiro de 2022, para inquietação de todos, a Rússia invadiu a Ucrânia, um Estado soberano, à semelhança do que aconteceu, em 22 de junho de 1941, na operação “Barbarossa”, com a invasão da União Soviética pela Alemanha nazista. Sob o pretexto se se tratar de uma intervenção militar, a Rússia passou de invadido a invasor. Inacreditável, a Europa em Guerra. Como e porquê? São perguntas que não têm resposta, afinal de contas a Guerra, serve a quem? O ser humano não aprendeu nada com o passado?

As consequências são as esperadas de uma Guerra, nomeadamente, morte, fome, famílias separadas, órfãos, destruição, perda de rumo de “alguém” que não queria nada que não fosse seu. Mulheres, com filhos e netos e, muitas crianças sem pais partiram em condições bárbaras tentando fugir aos horrores, defender o que têm de mais precioso, os seus filhos, a sua família, a sua vida. E, que valentes foram estas mulheres! Igualmente corajosos, os homens ficaram, foram instruídos a permanecer e a lutar. É importante que haja um país, o seu país, para quando os seus filhos e netos voltarem tudo poder voltar a ser como dantes. Ter a família em segurança é fundamental para se dedicarem, de corpo e alma, à defesa da sua Pátria. Contra os tiranos, lutam, sim. Vladimir Putin e a sua “corja” ficarão na história como Tiranos. Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, apelidou o presidente da Federação Russa, Vladimir Putin como “homem sem alma” e, assim parece ser! O “homem” que provou estar desprovido de humanidade, afrontando os valores fundamentais comuns tais como, respeito, honestidade, humildade, empatia, senso de justiça, educação, solidariedade e ética! Ludibriados e nada ou pouco informados, os cidadãos Russos defendem o que é indefensável, as ações do “homem sem alma”.

E as crianças, …, aquelas crianças, as nossas crianças, sofridas, com olhar perdido, os verdadeiros rostos da inocência. Uma inocência que deveria ser zelada e não devastada a troco de nada ou sob falsos pretextos!

A Rússia, outrora uma grande potência a nível mundial, um orgulho para os seus cidadãos é, atualmente, para muitos, um país de vergonha e mágoa, e para outros, um povo odiado.

Os Ucranianos são agora cidadãos do Mundo, um povo corajoso, resistente, digno de ser ajudado e acolhido. A Europa provou, hoje mais do que nunca, estar unida e solidária. A resposta dos vários países europeus às necessidades humanitárias de mais de 3,5 milhões de ucranianos deslocados, em que mais de metade são crianças, expressa o maior respeito pela dignidade humana e é a prova de que poderá haver Esperança na generosidade e compaixão do Homem. Oremos pela Ucrânia, oremos pela Humanidade. Para que esta guerra termine. Para que o diálogo entre os homens vença a guerra.

Maria Isabel Ribeiro,
Comissão Justiça e Paz da Diocese de Bragança-Miranda

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