Roma: Papa deseja que «todas as crianças do mundo tenham o necessário para viver»

Francisco respondeu a várias questões dos mais pequenos, na primeira edição da Jornada Mundial das Crianças

Foto: EPA/Lusa

Cidade do Vaticano, 26 mai 2024 (Ecclesia) – O Papa Francisco afirmou este sábado, no Estádio Olímpico de Roma (Itália), que se pudesse realizar um milagre escolheria garantir que todas as crianças teriam o suficiente para viver.

“Se eu pudesse fazer um milagre, que milagre é que eu faria? É fácil: que todas as crianças tenham o necessário para viver, para comer, para brincar, para ir à escola. Esse é o milagre que eu gostaria de fazer”, respondeu o Papa, quando questionado por uma criança da Indonésia, na primeira edição da Jornada Mundial das Crianças (JMC).

Francisco desejou depois que todas as crianças sejam felizes e pediu a todos para rezar com o objetivo de que o Senhor cumpra o milagre.

Cerca de 50 mil crianças, de 101 países, reuniram-se este sábado no Estádio Olímpico de Roma, para o primeiro dia de JMC, num encontro de música, desporto, reflexão e espiritualidade.

Luís Gabriel, de Nicarágua, foi um dos meninos que esteve em contacto com o Papa Francisco, questionando-o por que razão as pessoas não têm casa nem trabalho.

“É uma pergunta muito real. Não é uma pergunta fácil de responder. Porque é que há pessoas que não têm casa nem emprego?”, perguntou Francisco, respondendo que “é uma injustiça”.

“Infelizmente, há muitas pessoas que não têm trabalho, não têm casa, vivem em tendas. Muitas vezes não têm comida. Hoje estamos felizes, mas este nosso amigo, Luís Gabriel, faz a pergunta: ‘Porquê? Porquê?’ Este é o fruto da maldade, este é o fruto do egoísmo. E este é o fruto da guerra”, disse o Papa, criticando “tantos países que gastam dinheiro em comprar armas para destruir”, num mundo em que “há pessoas que não têm comida”.

“Peço-vos um favor: que todos os dias, quando fizerem as vossas orações, rezem pelas crianças que sofrem esta injustiça”, apelou.

Foto: EPA/Lusa

De Itália, Federico fez outra questão ao Papa: “No mundo, deveríamos ser todos iguais, mas há crianças que sofrem em comparação connosco. Porque é que isto acontece? E, mais importante, o que podemos fazer para as ajudar?”.

Francisco reafirmou que tudo isto acontece “por causa da injustiça”, porque as pessoas são egoístas, referindo que cabe a “todos tentar ser mais justos e trabalhar para que não haja tantas injustiças no mundo”.

“Somos todos iguais, mas infelizmente isso nem sempre acontece”, salientou Francisco, que ofereceu um rebuçado ao rapaz, um momento que foi repetindo ao longo de todo o encontro com todas as crianças com quem contactava.

Quando questionado por Lucy, da Austrália, se estava contente por passar algum tempo com as crianças, o Papa assumiu estar feliz, porque os mais pequenos são alegres e têm a “alegria da esperança no futuro”.

A JMC termina hoje na Praça de São Pedro, no Vaticano, com a missa dominical presidida pelo Papa Francisco e um monólogo do ator e realizador italiano Roberto Benigni, após a recitação do ‘Regina Coeli’.

LJ/OC

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