Depois de alguns anos em obras foi inaugurada oficialmente este fim de semana. Quatro anos depois de ter encerrado para obras, orçadas em cerca de um milhão de Euros, a Sé de Vila Real reabriu para as celebrações do “Corpo de Deus” mas no dia 24 de Setembro o prelado da diocese, D. Joaquim Gonçalves, fez a inauguração oficial. Em declarações à Agência ECCLESIA o Pe. António Fontes, pároco da Sé, referiu que se fez “uma solene celebração litúrgica para a dedicação do altar e do ambão”. Com a presença da Ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, e do Director do IPPAR, João Rodeia, inauguraram-se cinco obras de arte (altar, ambão, cátedra da presidência, sacrário e trono de Nossa Senhora) da autoria da escultora Graça Costa Cabral. Embora, as obras “não estejam completamente acabadas” os grandes trabalhos de recuperação “estão feitos” – sublinhou. Trata-se dos cinco principais artefactos litúrgicos, “muito nobres, mas discretos, como é típico desta escultora, que vieram enriquecer e dar solenidade a uma Sé que, mercê dos incêndios que sofreu, estava interiormente muito pobre” – disse o Pe. Manuel Linda. Em 2001, o Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) iniciou um plano de intervenção faseado, que começou na torre em ruínas, seguida da cobertura, nave, sacristia, salas anexas e arranjos exteriores. Numa segunda fase, foi reabilitada a cobertura da igreja, que deixava entrar muita humidade, e foram colocados novos vitrais, da autoria do pintor João Vieira. Decorreram ainda obras de remodelação e recuperação do recheio, a nível de altares e mobiliários, e os arranjos exteriores do adro da igreja. O dia 24 ficará na memória dos cristãos daquela diocese porque as obras demoraram mais que o “tempo previsto”. Os anseios da população eram notórios mas depois da celebração do Corpo de Deus estes “desapareceram” – afirma. O mobiliário “é muito bonito” (são do Siza Vieira) mas não quer dizer que as obras do “grandes artistas sejam as mais adaptadas para uma igreja”. As cadeiras fazem “muito barulho e o genuflexório é muito estreito” – lamenta o Pe. António Fontes. Apesar destes pequenos defeitos, a Sé de Vila Real ficou “finalmente com um rosto novo” e a “luminosidade da Igreja é muito superior” – finalizou. A igreja de São Domingos, um templo espaçoso, de três naves, construído no século XV, era a antiga igreja do convento com o mesmo nome, que foi sagrada Sé de Vila Real em 1924. Foi alvo de grandes obras no século XVIII, com a construção de uma torre barroca em 1742 e a capela-mor refeita em 1750. Em 1837, sofreu um incêndio que lhe destruiu o recheio. Em 1950, foram efectuadas obras de restauro, sendo dessa data a colocação do retábulo-mor, que veio do Mosteiro de Odivelas e que alberga tábuas maneiristas da escola de Diogo Teixeira, com cenas da Paixão de Cristo.